29 novembro, 2013

vem aí a tese # 6

 
Esta semana estava a preparar o último relatório de atividades do doutoramento. Não deixa de ser estranho sentir que é a última vez que o farei. A última vez.
Sempre encarei estes relatórios como um exercício que vai além da "burocracia"; é um momento de reflexão, muito bom para sistematizar o que foi feito, o que não foi feito e porquê, o que vai ser feito - estranho este ano ter um parágrafo de três linhas de atividades fututas que se resume a isto: continuar a escrever a tese, entregar a tese e defender a tese.
 
Adiante. A minha tese é conhecida pelo título. Houve um ano em que a Sandra entregou o relatório por mim e disse: "o título da tua tese é tão grande". É esta a razão e confirma-se - deve ser o maior que da história das teses. Estou nisto há quatro anos e não sei o título da tese de cor. Tenho muitas coisas guardadas na minha memória (como caixinhas de maquilhagem oferecidas no aniversário da babe Raquel há dez anos atrás, letras de música, números de telefone que já não existem) mas o título da tese tenho sempre de fazer "copy paste" porque tem muitas palavras.
 
Não sei se o título final da tese vai ficar este. E por que é que falo nisto, perguntam vocês?
Porque quem me lê sabe que eu não sei escrever títulos
 


27 outubro, 2013

momento de ontem


Há sete anos atrás (e confesso que tive de fazer as contas e voltar a repetir porque não acreditava que já seriam tantos!) andava no 4º ano da universidade. Nessa manhã entrava às 08h15 e começava o dia com Sociologia das Organizações dada por um professor, quase insuportável se não tivesse alguma coisa de genial. Se chegássemos às 08h16 não entrávamos na sala. Para mim, que não funciono bem pela manhã, era um tormento. Era o medo de adormecer. Era a correria pelo campus. Era a obsessão de olhar para o relógio. Tudo para cumprir com as 08h15. Mas estava eu a dizer, nessa manhã, há muito tempo atrás, tocaram à campainha muito cedo. Foi a minha colega de casa que atendeu e eu quase que podia jurar que seriam umas cinco da manhã ainda, mas não. Então ela disse-me com um sorriso: “Olha que é para ti”. Abro a porta da entrada, e como morava logo no 1º andar, vejo pelo corredor quatro babes – Raquel, Leninha, Catarina e Fernanda - cheias de tralha na mão todas frescas e ainda nem eram sete da manhã. Lembro-me de pensar que aquelas raparigas não estavam boas da cabeça, só podia; mas eu é que me tinha esquecido que era a manhã do meu aniversário. E lá vinham elas, todas “lampeiras”, como diria a babe Leninha, cheias de tabuleiros e sacos e isto e aquilo, com o pequeno-almoço para nós. Era sumo de laranja, eram torradas, era leite com café, era compota e outras coisas que não me lembro. Mas o queijo da vaca que ri é o que falámos todos os anos.

Já não temos pequenos-almoços assim, mas este já ninguém nos tira. Vamos tendo outros momentos em que falámos da vaca que ri, do robe à rico da Leninha ou do Ruca que deu cabo do sofá da sala sem ninguém saber. E tudo parece ter sido ontem, por isso é que tenho de fazer as contas (quase pelos dedos) e voltar a repetir.
 
E chegar aos 29 anos é este momento de ontem que me apetece partilhar.

17 outubro, 2013

sem avental : endívias recheadas

Comigo agora de dieta isto de andar sem avental não vai fazer salivar, mas também não vai perder a piada. Lá porque se está de dieta não quer dizer que a comida não seja um prazer. Para mim é (só me falta o pão!).

Hoje ao almoço fiz endívias recheadas. Nada de inspiração em chefes. Inventei com o que tinha o frigorífico e com as orientações da minha médica, que a melhor do mundo - sem exageros!.
Esta receita é bem simples, bem saborosa e ótima para a dieta.

* seis folhas de endívias colocadas aos pares prontas para rechear
* massa integral (no máximo 4 colheres de sopa, nada de abusos)

Dica: não consumir hidratos de carbono depois das 17h, por isso, este ingrediente pode ser alterado por outro se for uma receita feita ao jantar - por exemplo, atum (conserva marca Tenorio - mais caro mas de melhor qualidade - com o óleo bem escorrido)

* uma mão de espinafres cozidos
* 6 tomates cherry
* 1 ovo cozido
* molho para temperar a gosto: azeite, vinagre balsâmico e flôr de sal (misturar bem antes de colocar pela salada)


Uma limonada ou um chá fresco e até nem parece que estamos de dieta.


14 outubro, 2013

sem avental : arroz de especiarias

Hoje aproveitei uma promoção e comprei o livro do Henrique Sá Pessoa Ingrediente Secreto 1. É, isto da culinária está a tornar-se uma bimbice de tamanho XL, com estes sintomas de comprar livros sobre o assunto. Ah, mas vale a pena! Este está por uma pechincha na FNAC (para quem interessar, menos 30%).

Gosto do conceito à volta do Ingrediente Secreto e hoje como tinha de fazer arroz decidi fazer um arroz diferente. Estava com saudades de arroz basmati -  que, se me deixarem, eu como sem parar. Procurei então o ingrediente secreto "arroz". Arroz de gambas com chouriço, risoto de abóbora, arroz frito com molho de soja e legumes, arroz com atum, arroz frito com frango e brócolos e arroz de especiarias com dourada. Dlim Dlim! É mesmo isto. Já disse aqui que não sigo receitas e foi mesmo isso que fiz. Em vez de douradas a Mami ia fazer pataniscas de bacalhau (ai, o que gosto disto!). E na receita original do arroz mudei mais umas tantas coisas, nomeadamente tirei a canela, as ervilhas e em vez de coentros (que não tinha) usei salsa.

Então é mais ou menos assim:

* um refogado com meia cebola picada, um fio de azeite e um fio de oléo vegetal
* depois de a cebola ficar dourada acrescentar uma mistura com: uma colher de chá de cominhos, uma colher de chá de caril e um dente de alho picado
* colocar o arroz basmati e envolver tudo juntamente com três cascas de limão
* acrescentar água já quente com sal
Dica: eu faço tudo "a olho" mas para quem gosta de ser rigoroso nas medidas - uma parte de arroz para uma e meia de água
* quando estiver a ferver reduzir o lume e colocar pimento picado e salsa (a receita original diz para colocar ervilhas e acredito que com espinafres ou qualquer outro legume fique ótimo!)
* deixar cozer e verificar os sabores

Ficou tão e tão bom. Mas eu sou supeita: adoro especiarias (com excepção de canela) e adoro pataniscas.




[dizem que comer arroz do tacho sabe ainda melhor]

10 outubro, 2013

sem avental : bifes de atum

Um dos momentos de que gosto particularmente para pensar (para além das viagens de carro com música da boa) é enquanto cozinho. Gosto de cozinhar. É das poucas coisas para quais o meu nível de paciência se transforma. Sou capaz de estar minutos sem fim a mexer uma panela em lume brando ou picar alho até ficar quase invisível sem nunca me queixar.

Na cozinha adoro experimentar coisas novas, inventar (nunca sigo uma receita à risca), as quantidades vão "a olho". Adoro facas grandes, sentir os cheiros a crescer e a mudar. Adoro empratar com pinta e nunca uso avental (daí o nome desta nova rubrica aqui no estaminé). Adoro os segredos de um prato: porque é que se tem de cortar o peixe assim e não assim, porque é que se mexe assim e não assim... adoro estas dicas. Por isso é que vejo programas de culinária e até compro livros do Jamie Olivier que é espetacular a cozinhar - talvez por já ter ido a um dos restaurantes dele em Londres. Além disso, os livros dele estão cheios de dicas catitas.

No outro dia fiz uma receita dele. Comprei bifes de atum e depois não sabia bem o que havia de fazer com eles, porque na verdade eu gosto é daquilo cru e às tiras, ou seja, sashimi (oh pa mim a salivar!). Por isso, fui ao livro do Jamie e encontrei uma receita das boas. Não a segui à risca, mas foi assim:

* No almofariz alho picado, malagueta (sem semente), sal e sumo de limão.
* Juntar manjericão, salsa e coentros finamente picados (eu sou apaixonada por ervas, por isso, uso e abuso!).
* Barrar o preparado de ervas nos bifes de atum.
Dica: o ideal é colocar o atum dentro de um saco com o preparado e misturar bem, deixando uns 30 minutos em repouso para que o atum absorva todos os aromas.
* Colocar o atum numa frigideira bem quente só com um fio de azeite. Basta deixar o atum cozinhar um minuto de cada lado. Tempo a mais ficará seco, como atum de conserva.

O acompanhamento pode ser ao gosto. O Jamie sugere batata cozida ou frita. Eu fiz salteadas com tomilho mas isso fica para outro pensatempo.



02 outubro, 2013

o vício das séries

Nos dois meses em que estive no Brasil era raro ligar a televisão no apartamento nº 11 daquela rua cujo nome já não me lembro. Cada vez que ligava a televisão pensava "ainda me queixo da televisão em Portugal". Telejornal? Uma comédia. Os jornalistas dão palpites pessoais e reagem de forma emotiva às notícias - que não é preciso dizer que são só desgraças. Programas de futebol, o nível ainda piora e chega a ser cómico. Os filmes e as séries, na sua maioria, são dobrados. De manhã há programas parecidos com a Fátima Lopes e a Júlia Pinheiro e essas cenas (agora sei onde foram buscar). Sobram as novelas. São boas, muito bem produzidas, mas eu não gosto de ver (só se for a Tieta e o Roque Santeiro - essas sim, para cima de espetaculares!).

Foi assim que voltei a dedicar-me às séries. Vi as três temporadas da "Guerra dos Tronos". Revi alguns (muitos!) episódios do "Seinfeld" porque é sempre espetacular (e está para vir a série que ultrapasse esta). Quase que acabei a "Crossing Lines" e ainda vi a primeira temporada da "Downtown Abbey" (e ontem comecei a segunda temporada e foram dois episódios de uma vez).

Isto é uma recaída no vício. Não gosto de novelas, mas as séries dão cabo de mim; mexem comigo cá dentro. Às vezes preciso que me digam: Diana, nada disto é real, está bem? Mas mesmo que digam eu vou continuar a chorar se alguém morre de forma inesperada, porque sou uma lamechas (no penúltimo episódio da última temporada "Guerra dos Tronos" até soluçava). Vou continuar a rir-me com as coisas mais parvas (o Kramer do "Seinfeld" é mesmo o meu preferido e a cozinheira do "Downtown Abbey" já me entrou no coração). Vou continuar ansiosa pelo próximo episódio (ai que já começou a nova temporada do Homeland).

Se eu deixar de dormir para ver séries, eu prometo que retomo as minhas pausas para rehab

29 setembro, 2013

voltar às histórias

Não tenho andado em leituras, por isso, não tenho falado sobre livros. Na verdade, Agosto e Setembro foram inundados de leituras sobre competências (para a santa da tese, pois claro), mas duvido que queiram ler sobre isso.

Esta semana voltei às histórias. Da estante "lista de espera" escolhi a máquina de fazer espanhóis do Valter Hugo Mãe. Sim, eu sei que ele ainda agora lançou um livro e que deveria ser esse que devia estar a ler. Acontece que ainda não o comprei, apesar de ter muita, muita vontade, pelo tanto que já li dos críticos e pelo próprio, em entrevistas. Gosto cada vez mais do seu palavrar.

E por falar no Valter Hugo Mãe:

Na semana passada estava no aeroporto de Guarulhos em S. Paulo pronta para o regresso. A hora de embarque chegava e eu lá estava sentada, entre um café de loja de aeroporto e os olhos a vaguear ao meu redor, a observar pessoas - é coisa que gosto de fazer para encontrar novas histórias. A senhora ao meu lado, portuguesa e com a filha lá no Brasil, impaciente esperava e reclamava do atraso e eu ouvia-a com sorrisos cúmplices. E, no entretanto, passa à minha frente o Valter Hugo Mãe. Eu sabia que naquela semana ele tinha estado em S. Paulo na Pauliceia Literária 2013. Pensei se iria no mesmo voo que eu; mas claro que vai! Se não o que é que ele estaria ali a fazer? Às vezes, até nos esquecemos que algumas pessoas que escrevem, que cantam, que actuam, que pintam, que falam (aquelas pessoas fixes, portanto) também andam de avião no meio dos comuns mortais. Depois cruzei-me com ele na imensa fila e tive vontade de lhe falar; mas sou uma miúda que não sabe fazer essas coisas.

Sobre o livro:
Em outubro dou notícias. É um bom livro para se ler no outono.

16 setembro, 2013

vem aí a tese # 5


Fazer um doutoramento não é fácil (embora hajam pessoas que pensem que sim) e eu ampliei esta condição. De vez em quando dá-me para tremer o queixo com os meus cinco minutos de pânico. O processo é mais ou menos assim:

O meu projeto de doutoramento é ambicioso. Ouvi isto muitas vezes. Eu sabia que era, ou melhor, era assim que eu queria que fosse. Tenho três grandes dimensões que se relacionam de tal forma que tudo tem de ser integrado se não, não valeria a pena inclui-las a todas. X com Y; Y com Z; Z com X; e X com Y e com Z. Deu para entender? Huuum, se calhar não mas é que é mesmo isso que acontece. E depois ainda temos os participantes no estudo. Podia ficar-me só com os alunos, ou só com os professores, ou só com os profissionais. Mas não, quis todos, todos, todos. Agora que mergulho nos dados, que sonho com os dados, que respiro os dados, pergunto-me: ”no que é que te meteste, miúda?”. 

Pode dizer-se que os dados é coisa do demónio. Mexem com tudo o que já parecia estar certo. A estrutura da tese estava linda maravilhosa. Mas isto era o que pensava até mergulhar, sonhar e respirar os dados. Mudei a estrutura da tese pela enésima vez, esperando que seja a última.

Vou pensando com as mãos e com o papel e com os post its (já disse que não sei estar sem post its?) e tudo vai ganhando forma dentro da minha cabeça. E é aí que a preocupação também ganha forma: E se não conseguir escrever toda esta clareza que habita na minha cabeça? E se não consigo entregar a tese? E se não for aprovada? E se …

E, de quando em quando, são assim os meus cinco minutos em que tremo o queixo de pânico.

16 agosto, 2013

pelo interior de Sampa

Quem precisa de uma cidade grande? Há umas semanas atrás diria “eu, eu, eu!”. Mas agora estou em Lorena. Onde? Sim, Lorena. É uma cidade que nem aparece nas notícias e é mais ou menos assim:

Em Lorena não há prédios altos, nem cinemas, nem centros comerciais e as lojas fecham antes de anoitecer (aqui a noite vem cedo). Em Lorena há muitas bicicletas, são muitas e algumas simplesmente aparecem em contramão. Em Lorena há uma linha de comboio que transporta mercadorias que me acorda todos os dias pela madrugada. Quando tento adormecer vêm os pássaros pela manhã que regateiam e discutem como gente grande. Em Lorena vivo no apartamento 11 e a Doutora Ana, que é dentista, é minha vizinha e querida que só ela. Em Lorena os catraios brincam na rua, de chinelos e calções do tamanho acima; brincam com papagaios de papel e eu gosto de ficar a olhar. Em Lorena o coração da cidade é uma praça e numa das esquinas dessa praça tem uma padaria com um pão que me consola de tão bom que é e também tem bolo de milho. Em Lorena o horizonte é marcado pela serra, tal como aparece nos meus desenhos – aqueles que fazia, cheia de orgulho, quando tinha uns 6 anos. Mas o que Lorena tem são as pessoas; umas feitas de outros lugares, outras feitas aqui mesmo e de onde nunca saíram. Andam na rua e soltam sorrisos, dizem “Oi!” sem me conhecerem; e as que se conhecem acabam por se tornar próximas, amigas, porque começam-se a partilhar, de forma natural, histórias e abraços. E há mais: em Lorena há sushi e episódios de Game of Thrones.


Quem precisa de uma cidade grande, afinal?   



17 julho, 2013

Migalhinha da Tia # 3


Estive algum tempo sem escrever, mas todos os dias penso em ti e na tua mamã (que é só das pessoas mais maravilhosas que conheço, mas um dia falo-te melhor sobre ela). Não, não é exagero; é mesmo todos os dias. Penso, por exemplo, no momento em que estarás cá fora, pronta para conhecer este mundo e todos os outros que queiras conhecer.

Ainda não nasceste mas já me deste momentos lamechas que fazem bem ao coração. Sentir os teus pontapés ou dizer o teu nome alto é sentir uma leveza que nos ultrapassa e nos faz relativizar todas as desgraças e maleitas desta vida; sim, a vida às vezes é uma chatice, mas não te preocupes que, como já te disse, estamos aqui para ti e, acredita, há mais coisas boas que chatas (mas um dia também te falo melhor sobre isto).

Por isso, Maria Antónia, ainda bem que existes. Fazes aqui a Tia Di feliz sem exaustão

06 julho, 2013

nas noites quentes de Julho

"O Ano Sabático" foi o segundo livro que li do João Tordo. Desde que saiu que me andava na mira, mas é raro eu comprar um livro só porque sim; é mais porque tem de ser. Com este livro, que acabei ontem de ler, foi assim: num dos dias das mini-mini-mini férias de são joão inundei-me de revistas num bar de praia e uma delas, já antiga, trazia uma entrevista extensa do João Tordo onde falava do livro e gostei dos pormenores pessoais que a história tinha. Na semana seguinte fui à FNAC (já não me lembro fazer o quê) e comprei-o. Comecei-o a ler logo a seguir ao "Leite Derramado". Foi num instante e foi um belo começo das leituras nas noites quentes de Julho.

O livro é bom, muito bom. Talvez por gostar também da escrita do João Tordo e nota-se que tem um registo próprio.O livro está dividido em duas partes e a primeira parte, para mim, está completamente genial. Muitas personagens, mas não nos perdemos na história. E muito do autor está ali: também o João Tordo toca contrabaixo e tem irmãos gémeos, uma irmã e outro irmão que não sobrevivera ao parto - era esta a informação que estava na entrevista e que logo me ligou à história. Depois há muito de ficção. Gosto dos pormenores como o Mateus chamar o contrabaixo de barco baixo; gosto da música ter o nome da empregada; gosto da ideia do ano sabático, porque de algum modo foi o que também fiz antes de entrar para o doutoramento (isto sou eu numa identificação pessoal com o livro). No final da primeira parte há um twist (que obviamente não posso contar) que quase leva o leitor à loucura. Nessa noite tive de continuar a ler. Não estava a perceber o que estava a acontecer. De tal como que rabisquei um ponto de interrogação no final dessa parte. Foi quase difícil de digerir e ainda o é, agora que penso na história. Um autor que consegue isto com o leitor é porque tem de ser bom.
Levada pela curiosidade comecei logo a segunda parte; trouxe uma cadência diferente, relatada por uma pessoa distante da história, mas próxima de uma das personagens. Mas penso que isto também faz com que o leitor também se distancie. Então, sente-se quase que uma quebra; depois daquela intensidade obsessiva da primeira parte, aqui é quase um despreendedimento, como quem prepara uma despedida. Talvez tenha sido essa a intenção do João Tordo.

É um livro sobre obsessão e eu li de forma obsessiva.

01 julho, 2013

complexamente simples e compreensivelmente emocional

O Chico canta. Mais! O Chico escreve. E ainda mais! O Chico é.
Ofereceram-me o "Leite Derramado" no Verão passado, quando estava  no Brasil - precisamente esta edição da Companhia das Letras.

Li em menos de uma semana - uma semana apanhada com dois dias de praia na Comporta onde é fácil, muito fácil ler com os pés enfiados na areia - esta história que atravessa gerações.

Para quem leu "Cem anos de solidão" e outros semelhantes, cheios de personagens, de sobrenomes e com imensas e imensas páginas, vai gostar da história do Chico... não, desculpem, da história do Eulálio. O "Leite Derramado" não é mais nem menos do que as suas memórias em mais de cem anos de vida; uma vida em Copacabana, na baía de Guanabara, e noutros lugares, com a sua mãe, com a sua mulher, com a sua filha, com o seu neto, com o seu bisneto, com o seu tetraneto. E com as suas fotos, os seus cheiros, as suas exigências, as atrapalhações, as suas contrariedades, as suas confusões, as suas confissões... naturais de quem está numa cama de hospital a contar histórias que ninguém quer ouvir (só mesmo quem as lê, como se fosse um segredo).
O Chico em poucas páginas conta uma história (ou muitas - depende de quem estamos a falar); muitos escritores a contariam de forma lógica, perfeita, detalhada. O Chico não. O Chico escreve como canta, com falhas e fora de ritmo: complexamente simples e compreensivelmente emocional. Assim é o "Leite Derramado".

24 junho, 2013

Junho com a Mizé

Aqui havia dito que estava a ler mais um livro do Ricardo Adolfo; e também disse que, pelos primeiros capítulos, este estava a ser melhor do que o "Maria dos Canos Serrados". São histórias diferentes mas são as duas escritas pelo Ricardo Adolfo, o que torna qualquer uma muito boa e muito bem escrita. Mas a Mizé ficou-me no coração. "Mizé - antes galdéria do que normal e remediada" é anterior ao "Maria dos Canos Serrados" e conta a história de uma moça gira e jeitosa, que faz babar catraios e homens, e deseja tanto ser famosa quanto feliz. É casada com Palha, um vendedor de batatas fritas (adoro este pormenor) e só quer ter filhos da Mizé, o grande amor da sua vida. Não posso contar mais, mas posso dizer que quando, lá para o final, estava tudo a história arrumadinha (pensava eu), eis que o último parágrafo me faz dizer alto "xinapá!".

O Ricardo Adolfo sabe construir as personagens aparentemente mais insólitas e, ao mesmo tempo, as mais reais que existem. Escreve os diálogos mais divertidos, mais dramáticos e mais contraditórios. E eu adoro isso tudo. O Ricado Adolfo escreve histórias das boas e em português.


Obs. Entretanto já comecei o "Leite Derramado" do Chico Buarque. Já estou quase a acabar (é o que dá ter me metido na praia uns dias), por isso, dou notícia em breve.

23 junho, 2013

música da semana



Podia ser qualquer uma deste álbum porque andou a rolar em modo repeat no carro e depois, na ida para Tróia, na cabeça e no movimento dos pés. Era vê-los assim ao vivo!

13 junho, 2013

vem aí a tese # 4

Hoje é dia de Santo António. E também é o dia em que ficou concluída a minha recolha de dados.
Não há mais documentos para recolher, nem mais versões de questionários, nem mais entrevistas para marcar. Está tudo. Finito. Mas o inverso para analisar: infinito. É muita informação e da boa!

A melhor parte do doutoramento até agora foi esta: chegar às pessoas, ouvi-las a opiniar, a criticar, a pensar e, às vezes, até a desabafar. Fui surpreendida com respostas; fui recebida sem queixumes; fui valorizada pelo que estou a fazer (coisa rara, mesmo!). Fiquei de coração cheio em cada momento com estas pessoas.

A todos estes alunos, professores e engenheiros, o meu obrigada, que é maior do que aquele que eu consigo escrever ou dizer. 

09 junho, 2013

música da semana



Foi uma semana de regressos. Voltei a casa e a sala está diferente (papel de parede e mais uns pormenores que lhe dão graça). Voltei ao gabinete e atualizei o meu plano já que na semana antes de ir para o Brasil tinha ficado doente e nem à universidade fui (sim, toda a bela semana). Voltei a comer pataniscas de bacalhau, presunto e bebi Boémia e Chimay (coisas que mesmo só aqui). E foram muitas coisas esta semana. A melhor parte é "home is whatever I'm with you".

03 junho, 2013

Batman em Maio



Para as leituras de Maio optei por BD e dentro da BD optei por livros do Batman, que gradualmente se vai tornando no meu preferido (mas ainda é o Wolverine).

1. Batman Nöel é baseada num conto do Charles Dickens " A Christmas Carol" e só isso já torna a história muito espetacular. Quem é que se lembra de tal coisa?  Lee Bermejo. É um livro que não se consegue ler uma única vez. É daqueles que se revisita sempre que se quiser.

2. Batman: The Killing Joke do Alan Moore é, muito provavelmente, o melhor livro de BD que alguma vez li. Desde a história, às ilustrações, às cores, é tudo para cima de muito bom. E não posso contar mais... Para quem gosta de BD é obrigatório.

Entretanto, as leituras de Junho já marcham. Mais um do Ricardo Adolfo: Mizé - antes galdéria do que normal e remediada (só o título já é bom que só); e os primeiros dez capítulos, lidos de uma assentada numa noite sofrida de jet lag, faz-me já pensar (e sentir) que é até melhor do que este. A ver vamos no final do mês.


29 maio, 2013

eu tenho dois amores

Venho ao Brasil de tempos a tempos e nunca fico morena. Entre São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus, Caxias do Sul, Brasília e outras cidades, já lhes conheço os jeitos, as diferenças, as pessoas. Desfaço o calor com litradas de sumo de abacaxi com hortelã sem açucar (não gostar de açucar deixa as pessoas surpreendidas por cá), ou com litradas de cerveja (não gostar de vinho deixa as pessoas surpreendidas por cá). Às vezes ando de saltos, porque tem de ser; outras vezes de sapatilhas, porque gosto; e agora com melissas porque deixei de adiar e comprei dois pares. Descobrem-se músicas novas, um samba, uma bossa nova ou um chorinho. Revisito outras músicas porque já fazem parte de mim. Adapto-me logo que chego ao fuso mas sofro a dobrar no regresso. Cá como feijão e é mesmo só cá porque não há igual. Salivo com tapioca e até com farofa. Fico atenta ao cantar do Bem-Te-Vi. Sinto falta de café expresso, mas ainda bem que existe Pilão. Desespero com o atendimento mas depois de uma semana já não ligo. O calor consome-me mas o ar condicionado torna os espaços quase Inverno, por isso ando sempre com um casaco. Quando chego ao aeroporto gosto de comer logo um pão de queijo. E repito nos dias seguintes porque não dá para resistir.

Não dá para resistir às pessoas que já são amigos. Tão amigos. Partilham-se projetos, trocam-se receitas de culinária, gargalha-se sem fim, dão-se presentes, conhecem-se novos lugares, contam-se histórias passadas no sofá de casa. O Vinicius fala das saudades do Brasil em Portugal e sinto-as por tudo isto que não dá para resistir. Mas depois também há as saudades de Portugal no Brasil e essas agora também as sinto, porque não dá para resistir ao bacalhau, à calçada, ao silêncio das cidades, às músicas do Zambujo, às minhas coisas e à minha gente.

É caso para dizer: eu tenho dois amores.

17 maio, 2013

Desde terça-feira em casa. Uma virose respiratória apoderou-se de mim, do dia para a noite, literalmente. Hoje acordei, pus um pezinho na varanda para respirar (parcialmente, considerando o estado das minhas narinas) e posso jurar que senti uns tremeliques de emoção. Estou a precisar de ar e da minha rotina.

Tem sido um mês do catano... e ainda estamos a meio.

12 maio, 2013

música da semana



Porque a Carla está qualificada no doutoramento (no Brasil é a etapa prévia à defesa) e qualquer pessoa que faça um doutoramento compreende o que é isto do "ter de ser".

Parabéns à Carla!

11 maio, 2013

Que semana, minh' gente!

Já não chega a pressão de estar no último ano e ter de acabar a tese (até se me dá calafrios!), como depois se tem de gerir os entretantos. 
Dias e dias a aguardar feedback. Continuo as miles de coisas e outras tantas. Olho para o planeamento e vejo que não está mal, mas sinto que podia estar melhor. Chega o feedback no dia do deadline - que já me estava a dar pesadelos. Uma reunião a definir estratégias, com apontamentos escritos à velocidade da luz e agora olho para aquela folha com a letra mais feia do mundo, mas tão cheia de significado. Logo a seguir meto-me na biblioteca para cumprir com o deadline; mas veio a notícia que me faz estremecer e ligar à mãe, à irmã e esperar por mais notícias. Ao mesmo tempo a concentração para cumprir com o deadline. Tenho momentos em que paro e penso: Estou mesmo cansada, porra! No minuto a seguir já estou a teclar desenfreadamente. Submeto o artigo, dentro do deadline. Hell yeah! Vou para o próximo artigo que tenho de submeter porque já devia ter sido submetido. Mais uns minutos em que teclo desenfreadamente. Pum! Artigo submetido. Paro uns segundos e enterro a testa em cima da mesa. Sinto-me mesmo cansada, penso outra vez. 
Dia seguinte mais meio mundo de coisas. Artigos para rever. Focus group com alunos. Estado da tese impresso e analisado. Sinto-me torcida. Há coisas nas costas fora do sítio. A osteopata fez-me gritar. Ontem não me mexia. Hoje não me mexo. 

Que semana, minh' gente! 

Obs. Houve partes boas na semana, mas tinha de deitar estas cá para fora. 

01 maio, 2013

um livro com emoções

Não vi o filme. E lamento ter lido o livro só agora.
Acabei há uns dias e parece que ainda não consigo escrever sobre ele, porque é como escrever sobre uma vida que está ali descrita, em cem capítulos. Falar desta história é como falar de emoções e isso nem sempre é fácil, nem é para qualquer pessoa.

É uma história com família, com religião (ou várias - e é das partes de que mais gosto), com números, com natureza, com sabores (de todas as vezes que era mencionado senti o cheiro dos cominhos). O Pi não gostava do seu nome e conheço essa sensação porque eu própria escondo o meu segundo nome (I.e sinto-me sempre desconfortável quando me obrigam a escrever o nome completo).

Mas como dizia é uma história de emoções, com laços construídos. Em que até um apito ganha sentido. Desespero ganha sentido. A tristeza ganha sentido. A conquista ganha sentido. A amizade ganha sentido. A sobrevivência ganha sentido.

Bem digo que estragam tudo quando põem a capa dos livros com imagens dos filmes. E se antes não tinha lido o livro, não ia ser um grande plano do Richard Parker que me ia convencer. Mas eu tenho o privilégio de ter esta edição. E por isso é um livro ainda com mais emoções.

27 abril, 2013

música da semana



Foi mais a música de ontem, que ouvi em modo repeat no regresso a casa.
Um dia vou conseguir decorar a letra toda.

26 abril, 2013

vamos lá falar de outras coisas

Hoje não há cá tese, nem gritar pela liberdade a plenos pulmões.
Falarei da saga que me consome nos últimos meses. A mim e às outras Babes! A Isa vai casar (sim, a Isa vai casar, a Isa vai casar!) e vai haver damas-de-honor. Quem? Nós. 

Primeiro pediu-nos só para irmos vestidas da mesma cor. Que ficava "tãooo lindo", como ela diz. E como não se deve contrariar uma noiva, lá dissemos que sim. Dias depois diz-nos que afinal não é só na mesma cor, como tem de ser vestidos compridos, bouquet, entrar na igreja e tudo mais que se lembrou. Torcemos o nariz (muitas vezes!) mas lá cedemos, porque não se deve contrariar uma noiva. 

Cada uma escolheu o seu modelo. Elegemos o verde e começou o problema. Não há tecido verde... "só lá para Maio". Pois não dá, senhores, que o casamento é em Maio. Opção forçada: cor-de-rosa. Oi? Desmaiámos as quatro de uma só vez. É o rosa-amêndoa, tudo o que a Isa queria. A dama Raquel ainda não está conformada. Eu já estou por tudo. A dama Sofia diz que parecemos umas bailarinas. E a dama Eva envia-nos para o email fotos pirosas de damas-de-honor, para vermos que podia ser pior. Depois começou a saga dos sapatos. Eu, quando compro sapatos de cerimónia, uso tanto que tenho uns como novos e vão esses. A dama Raquel não tem e está em sofrimento. Mas como diz a dama Sofia, nem se vê no meio de tanto tecido!

Já nos rimos muito no meio desta saga. Já sabemos que vamos chorar ao vê-la entrar na igreja. Já nos imagino no dia, a todos, de sorriso aberto. ... e tenho para mim que isto de ser dama vai dar saudade. 

Primeiro sábado do mês é o casamento.
E é o dia mais perfeito do ano.


24 abril, 2013

todos os dias

Na véspera do Dia da Liberdade - que é, ou deveria ser, todos os dias - escrevo sobre o que há muito falo entre conversas: o nosso país, as pessoas, as universidades.

Há uns anos que toda a gente se queixa (mais!), se manifesta (mais!), se indigna e se revolta (mais!). Todos fomos e somos afectados pela crise que não é só no nosso país, é global. Uns têm inteligência para reagir, outros não. O governo português não soube fazê-lo e continua sem saber fazê-lo. Hoje de manhã ouvia na televisão alguém dizer (não me lembro quem): uma estratégia de 80 páginas não é uma estratégia. Pois. Ninguém a vai ler, ninguém a vai compreender. Falta pragmatismo. Falta simplicidade. Falta alguém que o consiga. Os que temos enrolam os discursos e os outros falam de narrativas, mas todos usam palavras complexas e sem esperança. A minha esperança está morta. O país não tem ninguém que me faça acreditar e isso preocupa-me. Vejo os senhores de fatos e de gravata, quando deviam estar de mangas arregaçadas!

O país está fechado. Quando li estas palavras do Antóno Nóvoa senti que é isto mesmo. O país está fechado na forma de pensar e de ser. Nas universidades está tudo bloqueado: não há financiamento para projetos, vemos alunos a desistirem porque não podem pagar propinas, bolseiros como eu (que por si já pressupõe uma condição precária) agora recebemos menos 750 euros por ano. Sim, todos temos que fazer sacríficos. Mas chega a um ponto em que é isto:


[algures no metro em Lisboa]

Sacrifícios o caralho! *
Pedem-nos mais com menos. Exigem mas não reconhecem, nem elogiam. O que vem de fora continua a ser melhor e, por isso, continuamos a gastar dinheiro com isso. Depois vemos é as nossas pessoas a partir, de malas feitas e com bilhete só de ida. Pergunto-me se voltam. Pergunto-me se algum dia também eu terei de ir. Pergunto-me quando é que vai aparecer aquele alguém de mangas arregaçadas e me faça acreditar neste país. E pergunto-me sobre isto todos os dias. 


* momento histórico: eu não gosto de palavrões e o meu blogue agora tem um. 

18 abril, 2013

O último e vem aí a tese


Depois disto e disto, cheguei novamente ao dia 18 de Abril.
Um doutoramento é como uma gravidez – eu não tenho migalhinha, mas a N. tem e, por isso, posso comparar: não se conta o tempo em semanas, mas conta-se o tempo em forma decrescente e pensa-se: “como é que vai ser a seguir?”. Começamos a pensar mais nisto porque fazem-se planos mais concretos; para a escrita daquele capítulo, para a escrita daquele artigo, para a entrega da tese… nem vos digo o quanto eu planeio (mas um dia destes conto-vos tudo), porque nos perguntam: e depois do doutoramento vais fazer o quê?, porque vemos o país fechado, como diz o António Nóvoa, e ficamos a pensar se nos vão fechar a esperança também. Não estou focada nisto, embora pense (mas um dia destes conto-vos tudo). Estou focada na tese, em entregá-la e em defende-la, até 18 de Abril de 2014.

E pronto. Parece que falta um ano.
O último e vem aí a tese.

06 abril, 2013

Uh Uh

Ah, toda a gente fala do sol maravilhoso que está. Que nem acreditam em tamanha maravilhação vinda dos deuses. Pois para mim, tanto me vale! Há dias em que se tem de ficar em casa, a trabalhar, onde se fareja o sol ao longe. Hoje escreve-se, preparam-se artigos, fazem-se leituras... e a melhor parte é o festejar quando são submetidos. Uh Uh!

(e para isso não é preciso sol)

05 abril, 2013

vem aí a tese # 3

Há semanas e semanas e semanas que estou mergulhada em dados. Não é transcrever o que disseram, mas sim pegar nisso tudo (nem vos digo quantas páginas de texto são!) e transformar em ciência. Como é que isso se faz?  - perguntam vocês. Não sei bem como explicar... e mesmo que eu tentasse vocês diriam-me: deixa-te disso, que parecem coisas do demónio! Digo que é quase, é quase isso.

É muito um trabalho de criar e depois olhar para o que se fez, voltar a mexer (que é o mesmo que escrever ou transcrever, depende) e limpar; criar, olhar, mexer (escrever ou transcrever, depende) e limpar. São estes os verbos. Termina quando tudo fizer sentido, como a matemática. Como um triângulo retângulo, o quadrado do comprimento da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos comprimentos dos catetos (por que é que tenho estas coisas na minha memória?).

Podia dizer: Ah e tal, não sei se vai haver sentido algum nestes dados!
Mas não digo, porque eu sei que estes dados vão fazer sentido. Pelo menos para alguns...


E já agora obrigada a todos os alunos, professores e engenheiros que contribuíram para estes dados que ainda vão mudar o mundo ... pelo menos o mundo de alguns.

25 março, 2013

Migalhinha da Tia # 2

Estás a ficar uma migalhinha muito grande. 14 cm, xinapá! E eu aqui, a imaginar-te a dançar. É, parece que andas a dançar muito dentro da barriga da mãe. Fiquei só na dúvida, se danças Shakira como o pai ou se danças a bater o pé como a mãe...

Está confirmado: és uma miúda!

Aqui a tia está numa emoção. Oh, se está! (Já te disse que sou das emoções, não é?)
Podes brincar às Barbies e ser princesa, mas também podes gostar de futebol e aí, claro que vais ser do Benfica (mas sobre isso falamos mais tarde, sim?). Podes vestir saias ou calças, desde que sejam giras e nisso, está descansada porque a mãe tem muito bom gosto. Acima de tudo, podes ser o que tu quiseres, desde que sejas feliz... uma miúda feliz.

A tia já comprou a primeira prenda para ti. Tenho para mim que me vais levar à desgraça, mas és a migalhinha da tia e só isso importa. 


22 março, 2013

nem a água e pão

Há coisas que colocam em causa a minha dieta - iniciada em novembro - simplesmente porque eu gosto de comer coisas boas. É quando a mana maravilha e o cunhado preferido fazem questão de ir para a cozinha; são os happy hours; e são as idas ao Sr. Ferreira. Mas como é pontualmente eu cá me controlo e fui perdendo peso... 6 kg até ao início deste mês, depois a coisa descambou! O perigo maior da minha dieta (e mesmo quando não há dieta formalizada) são as minhas idas ao Brasil. É tapioca, é cerveja (muita! é do calor!), é caipirinha (muita! já disse que é do calor?), é camarão, é pizza, é massa, é peixe, é carne, é feijão (e eu, que não gosto de feijão, só mesmo lá de tão bom que ele é!), é cajus, é farofa, é castanha do pará, é pimenta (sempre!), é manga, é papaia, é experimentar isto e aquilo... enfim, um verdadeiro samba! Desta última vez vim com mais 3kg - como raio isto aconteceu?! - 3kg em duas semanas!

Agora nem posso dizer que ando a água e pão, porque nem pão posso comer. Voltei à dieta rígida das primeiras semanas. Tenho consulta agora no início de Abril e vou ouvir um ralhete e com razão.



25 fevereiro, 2013

a osga, o Félix e eteceteras

Acho que nunca me tinha acontecido ter lido um livro de 203 páginas em menos de doze horas. Por isso, cá vai mais uma opinião de um livro: "O Vendedor de Passados" do José Eduardo Agualusa. Quando li a "Teoria Geral do Esquecimento" no ano passado, disse para mim que tinha de ler tudo o que este senhor escreve. Um dia destes, em Lisboa, esta capa laranja cai-me nos olhos e estando a uma pechincha, nem hesitei (já disse que adoro pechinhas?).

Agora vocês perguntam-me como é que o li em tão pouco tempo... Fácil.
Às segundas-feiras acordo de madrugada (07h15) para levar a pequenada. Aproveitei e fui à loja do cidadão. Apesar de ter sido rápido, ainda deu para ler as primeiras páginas. Depois foi a espera no café: mais umas páginas. Ir ao hospital (público) à tarde tarde e a espera fez-me passar do meio. Chegar a casa já depois das 17h não me fez produzir muito, só mesmo emails e coisa e tal. Como faltavam tão poucas páginas para a acabar, não resisti e fechei todos os ficheiros word que tinha aberto "artigo", "tese" e outras coisas que amanhã compenso - prometo.

Sobre o livro...

Como é que o li só agora?
[digo isto de alguns livros e este é decididamente um deles]

Como tenho a história ainda tão em mim, confesso que estou a ter dificuldade em saber o que escrever. Partes para chegar ao todo:

- é uma história que merece ser lida, talvez porque é contada por uma osga; não uma osga qualquer, mas uma osga-tigre, das mais raras que podem existir e que soltam gargalhadas. Imaginam uma osga a gargalhar? Não é maravilhoso?

- expressões que me lembram o Mia Couto: "Era como se chovesse noite", "(...) meninos dançando futebol".

- pedaços de Eça e a mistura entre o Brasil e África (goiaba, mangas, mandioca, casuarina, samba e eteceteras).

- capítulo "o amor, um crime", que nos deixa sem ar. Literalmente.

- e não resisto em transcrever um excerto. Entre muitos escolho este, que de tão simples se torna tão maravilhoso:

"(...) e a seguir um velho professor, dos primeiros anos do liceu, sujeito de modos melancólicos, alto, e de tal forma delgado que parecia caminhar sempre de perfil, como uma gravura egípcia. Gaspar, assim se chamava o professor, comovia-se com o desamparo de certo vocábulos. Dava com eles abandonados à sua sorte, nalgum lugar ermo da língua, e procurava resgatá-los. Usava-os com ostentação e persistência, o que consternava uns e desconsertava outros. Creio que triunfou. Os seus alunos começaram por utilizar esses vocábulos, primeiro por troça, e a seguir como uma gíria íntima, uma tatuagem tribal, que os fazia distintos da restante juventude. Hoje, assegurou-me Félix, são ainda capazes de se reconherem uns aos outros, mesmo quando nunca  se viram antes, às mesmas palavras.

«Ainda tremo de cada vez que ouço alguém dizer edredom, um galicismo hediondo, em vez de frouxel, que a mim me parece, e estou certo que você concordará, palavra muito bela e muito nobre. Mas já me conformei com sutiã. Estrofião tem uma outra dignidade histórica. Soa, todavia, um pouco estranho - não concorda?»"

Marias

Este é o livro para quem quer fugir dos outros livros. Este é o livro para quem quer fugir da cadência do cansaço. Este é livro para quem quer fugir do real sem sair dele.

A capa do livro das Suicide Girls já promete novidade. A novidade está na Maria que diz logo na primeira página:

"Estamos fodidas. Estamos muito fodidas. Estamos fodidas como o caralho".

A Maria fala assim - na 3ª pessoa do plural - e perdi a conta dos palavrões que se repetem nas 218 páginas do livro. Eu, que não os digo, adorei cada expressão, colocada no sítio certo para irmos conhecendo e sentindo a vida da Maria. E a história resume-se à Maria apaixonada, à Maria traída, à Maria ressabiada, à Maria que sofre, à Maria que levanta a cabeça com o orgulho de uma verdadeira bad girl. Assim diz na última página:  

"(...) chegámos à conclusão de que o nosso amor por ti é lindo mas não é à prova de bala. Queremos que te fodas, do fundo do coração".

Hajam Marias. E mais livros do Ricardo Adolfo.


20 fevereiro, 2013

(não) gosto

Tasha, a que faz sucesso mandou-me escrever coisas de que gosto e coisas de que não gosto. Isto é bom para desviar a cabeça do trabalho (o dia de hoje não acaba, não?).


Gosto:

#1 Benfica (para começar bem a lista) | assim de vermelho e a marcar golos e a fazer-me gritar de emoção.

#2 Pássaros | do Bem-te-vi pelo cantar, do Guarda-Rios por ser dos mais coloridos e do Tordo por estar sempre em fuga

#3 Comida | dêem-me sushi, pataniscas, caracóis, chamuças, arroz pulau ou de coentros, massa com nome italiano, cogumelos frescos, salmonete e outros peixes, um frasco de picante na mesa e sou uma miúda feliz

#4 Afetos | nas palavras, nos gestos, entre pessoas, nas histórias (isto emociona-me)

#5  Simplicidade | admiro muito quem consegue tornar simples o complexo e simples o que é simples,  

#6 Aprender | aqui, o verbo em si mesmo - aprender. 

#7  Descobrir | novas receitas, novas palavras, novos poetas, novos músicos, novos conceitos, novas formas de escrever, novas livrarias, novas cores para os lábios, novas pessoas, pechinhas (adorooo!). Isso, descobrir a novidade. 

#8 Guardar | bilhetes de concertos, guardanapos de papel com rabiscos de ideias, conchas e pedras apanhadas na praia, desenhos feitos pela pequenada, cartas escritas à mão, postais de tantos sítios (...) é, eu gosto de tralha. 

#9 Caricas de cerveja | eu faço coleção e esta deve ser a minha maior bimbice. Sempre que experimento uma cerveja nova peço a carica e a cara de confusão do empregado (coisa que acontece sempre e em qualquer lugar) obriga-me a admitir em voz alta e quase a corar "é que eu faço coleção".

#10 Mundo | passaporte e milhas a acumular; máquina fotográfica e diário de bordo. Todos os países que existem, a menina quer. 



Não gosto: 

#1 Dizer palavrões | é preciso eu estar com a neura para me sair um "f_#% !&" completo. Normalmente, uso abreviaturas - "Dass" é bonito e tem charme. Ou então estou a citar alguém, como aquela senhora ontem no Porto que se virava para uns adeptos do Málaga e dizia: "Logo vão levar na peida que se vão foder".  

#2 Não perceber o sentido das coisas | preciso de explicações, de perguntar "porquê?", de dizer "aaaahhhh!", de racionalizar. 

#3 Pesadelos | que me fazem acordar a meio da noite e não me deixam adormecer mais.

#4 Preços dos livros | são caros e eu nem sempre eu resisto (!).

#5 Acordar cedo | sou uma miúda da noite. 8h é sinónimo de madrugada. 

#6 Diminutivos | palavras acabadas em "inho" ou "inha" (com exceção de Dianinha porque a cor preferida me fez gostar só de me chamar).  

#7 Verbos mal conjugados ou mal escritos | "eu foi", "eu vou ir" é coisa que me arrepia.  

#8 Gritos | aqueles das adolescentes, aqueles de birras, aqueles de discussão. Só gosto de gritos mudos.  

#9 Letra "I" | palavras como: Inércia. Intolerância. Impaciente. "Instupidez" (como diz a minha pequena) que às vezes habita em algumas criaturas.

#10 Esperas | esperar pelo comboio, esperar pela primavera, esperar pelo próximo episódio, esperar que a chuva passe; e também não gosto que esperem por mim quando me atraso. 



E agora isto vai para a Lenas, a ver se deixa a preguiça e escreve qualquer coisinha
[anda lá babe, que estou com saudades de te ler]

10 fevereiro, 2013

o afilhado mais fixe que existe

O Martim chega cá a casa estava eu a mergulhada em leituras (à procura de ideias catitas para completar o artigo). Levanto-me para dar beijos e fazê-lo gargalhar, apertei-lhe os atacadores - a primeira das miles de vezes naquele dia.

O Martim vê tudo espalhado: livros, folhas, lápis, marcadores...

- Tu ainda não fizeste os deveres??

[é, acho que só acabo estes deveres daqui a um ano]

05 fevereiro, 2013

Migalhinha da Tia # 1

Sabes Migalhinha, existes e isso é uma emoção. Quando nos conhecermos vais ver que adoro emoções: bato palmas, dou saltinhos, rodopio até ficar tonta. Hoje foi a emoção de te ver numa fotografia, a primeira, com 3 cm e eu já com vontade de te sentir o cheiro, de te pegar ao colo e encostar o nariz à tua bochecha. Diz a mãe que estavas a dormir: "tal e qual o pai". E com isto é impossível não gargalhar.

Vou ser tua tia, não como a tia A. e como o tio M. que são de sangue; mas uma tia de coração, como todos acabamos por ser. E vamos estar sempre aqui para ti. Sempre.

E estas são as minhas primeiras palavras para ti: Migalhinha boa da tia!




27 janeiro, 2013

mesmo como eu gosto

A minha mãe roubou os meus Ray Ban do corazon. Mas ficam-lhe tão bem que não tive coragem de lhos tirar. Voltei a uns Vogue velhinhos que em nada têm a ver comigo, apesar de me ficarem bem (dizem). Hoje fui à M., minha optometrista preferida, para tratar do assunto. Vieram estes embora, por uma pechicha, mesmo como eu gosto. Custou-me não trazer uns Ray Ban tartaruga (oh, como gosto dos meninos!), mas estes são qualquer coisa de diferente... mesmo como eu gosto.

Venha o sol para festejar!

25 janeiro, 2013

título escolhido nos sonhos

"O teu rosto será o último" é um livro mais complexo do que parece. Leitura fácil, mas deve ter sido difícil de escrever. Em pouco mais de 200 páginas são muitos os elementos que compõem a história: Piano. Iceberg. Olho de vidro. Quadro. Cartas. Ciclismo. Porto. Aldeia com nome de mamífero perto do Fundão. Viena. Buenos Aires. Lisboa. E tudo ligado. Entre as pausas dos dias facilmente me situava.

"O teu rosto será o último" é um livro mais denso do que parece. Pelo menos assim o senti. O Celestino é assassinado. O Índio aparece morto. O Policarpo, o das cartas, morre. O avô morre já depois de meses de dormência. A mãe morre. Antes disso, conta-lhe que o outro avô (seu pai) é morto por causa da política e a avô foi atropelada por um eléctrico. Onze dias depois da morte da mãe, o pai mata-se. Fica o Duarte e uma história incompleta. 

Quando acabei o livro fiquei inquieta também com o título (logo eu, que tenho sempre problemas com títulos). O que é que tem a ver com a história? Procurei na internet entrevistas do autor, na tentativa de obter uma resposta para esta pergunta. Resume-se a sonhos. Segundo o autor, esta frase "o teu rosto será o último" apareceu-lhe em sonhos e assim ficou, assim decidiu. Demorei-me a pensar no assunto. Para mim tinha de haver um sentido maior. E esta noite, numa insónia, como há muito não tinha, encontrei a resposta: o último rosto é o do Duarte. Porque é quem fica na história e quem a continua. 

Para quem pensa que este é um romance igual a tantos outros, desengane-se. É complexo e denso. E o João Ricardo Pedro soube dar ainda uma simplicidade à escrita. Nas descrições (as compras do supermercado), nas repetições (Laura, Laura, Laura) e noutras coisas que acabam por surpreender quem lê este livro com título escolhido nos sonhos.

24 janeiro, 2013

Os dias passam e todos os dias escrevo. E quanto mais escrevo, parece que mais tenho de escrever. É a tese, se não a tese é o artigo, se não é o artigo é o relatório de dados. E escrevo, escrevo, escrevo. Todos os dias escrevo. E quanto mais escrevo, parece que mais tenho de escrever.

22 janeiro, 2013

coisas que a Dianinha quer # 14

Sou muito conservadora no que diz respeito a livros. Até gosto mais de livros usados do que novos, porque imagino as histórias para além da história que já está escrita. Sou uma romântica, nada a fazer. Gosto de folhear, mexer nas páginas, ler as últimas linhas antes de começar a primeira, guardar o livro na estante assim que o acabo e ver estas estantes cada vez mais cheias, entupidas e insustentáveis.

No entanto, confesso que o meu lado geek anda a tentar-me para o pecado. A menina quer um Kindle! Até parece que estou a pedir um ovo de chocolate, mas não. Quero aquela maquineta onde cabem miles de livros lá dentro. Encanta-me sobretudo para os livros técnicos (tirava quilos à minha tralha diária). Encanta-me o preço a que os livros ficam. Só o preço da maquineta é que não me encanta. Mas pronto, aqui no blog posso pedir o que eu quiser, pois é?



20 janeiro, 2013

Yes, Wake Up

Domingo. Durmo mais do que nos outros dias porque não tenho despertador.
Mas sei que tenho para fazer o mesmo que nos outros dias - ler e escrever o capítulo 3. 
Mas dias de escrita sabem melhor com chuva lá fora.

 

19 janeiro, 2013

a tese vem aí # 2

Sobre as leituras e a escrita: 

Começamos o doutoramento com leituras e escreve-se a proposta. Continuamos as leituras para construir instrumentos, para escrever artigos, para compreender os dados. Até que começamos a escrever a tese e as leituras têm de ser mais profundas. Visitas mais frequentes à biblioteca e, felizmente, o nosso planfond é ilimitado para a requisição de livros.

O início da escrita de um capítulo não é simples (pelo menos para mim). Tenho de ter tudo estruturado, saber o que vou escrever, ter os tópicos em papel, maturar as ideias e os conceitos na minha cabeça, para depois começar efetivamente a escrever. Acaba por ser um processo demorado, mas é assim que funciono. Quando estou mergulhada na escrita consigo compreender o que falta, o que está a mais. Retiro seções, acrescento outras, o que implica ir buscar mais livros, fazer novas leituras e recomeçar o processo. E quando damos por ela o capítulo parece não ter fim, mas está melhor do que quando começamos. 

Esta é a pilha de livros que me acompanha nesta fase. Tenho até ao fim do mês para ter uma versão do capítulo que estou a escrever. Mais três focus group para fazer, um artigo para submeter e um relatório para acabar. São os meus planos ambiciosos e há quem diga irreais.




13 janeiro, 2013

Há meses que não pego num livro. Isto chega a ser contraditório quando ando de segunda a sexta com cerca de quatro, cinco livro debaixo do braço. Mas a verdade é que o último foi o "Não é meia noite quem quer" do António Lobo Antunes e meados em Novembro. Desde aí que os livros estão a ganhar pó na estante e ler faz-me falta, muita falta. Por isso, entre a escrita da tese e o sono que me consome (que raio se passa comigo?), tenho de recomeçar as minhas leituras, até porque estão a sair uns tantos livros que eu também quero ler. Aliás, quero ler todos os livros do mundo, já tinha dito?

Então, hoje começo o livro do João Ricardo Pedro.

Com a tese para escrever posso acabar de ler só lá para Agosto, mas não faz mal; o que importa é estar a acompanhar uma história todas as noites.

11 janeiro, 2013

não se fala da mala da Chanel

Eu confesso que a coisa me andava a passar ao lado, porque polémicas dessas cansam-me as sinapses (e eu tenho uma tese para escrever). Mas agora deu-me um momento de preguiça e reparei que só se fala do caso da mala da Chanel. Apresentam argumentos, pontos de vista, perspetivas e depois voltam os contra-argumentos e a coisa está num reboliço que as minhas sinapses congelaram de estupefação. Até o Miguel Esteves Cardoso gastou energia com o assunto. Isto deixou-me a pensar que se calhar o caso merecia alguma atenção e lá fui à procura de mais informação. Não, não merece (isto na minha humilde opinião).

A questão que me faz escrever sobre isto não é a moça querer a mala da Chanel, nem as pessoas que libertam a sua opinião sobre o assunto - acho bem porque a liberdade de expressão é para isso mesmo. Mas, caramba! Temos um país a ir-nos ao bolso descaradamente, que todos os dias a oportunidade que nos dá é lançar-nos para fora daqui, com um Sistema Nacional de Saúde que me tira a vontade de jantar (alguém viu a reportagem da RTP ontem à noite?); duas mulheres curdas são assassinadas, as violações na Índia, a Austrália num cenário de inferno ... e poderia continuar. Mas sobre isto não há posts dos bloguers do momento? Pois, estes são assuntos chatos e ninguém quer escrever sobre isto; mais! ninguém quer ler sobre isto. Já chega nas notícias, estamos todos saturados. Mas quando se trata de uma mala de Chanel, sobre isso sim, vale a pena falar e dar a opinião.


05 janeiro, 2013

a tese vem aí # 1

Agora é que é! Não há volta à dar. Cá para dentro (bem para dentro), já pensei: porquê, porquê? Porque raio me meti nisto? A menina não quer. Mentira. Quero muito. Mais do que adorar este trabalho, acredito neste projeto. Quando olho para os dados, a minha cabeça começa logo a fazer ligações entre X Y e Z e, se me deixarem, sou capaz de estar horas a falar sobre isto. Por isso, quero muito escrever. Só que dá-se-me também uns tremeliques, entre o receio e a ansiedade do resultado final.

É certo que já tenho capítulos adiantados, por isso, escrever para a tese não é novidade. O que é novidade é que a partir de agora até ao ano que vem terá de ser todos os dias (ou quase). Não é uma emoção? Uh Uh. 

Portanto, a tese vem aí e com ela pensatempos para ir respirando, de quando em quando.

02 janeiro, 2013

as certezas em 2013

janeiro - escrever a tese
fevereiro - escrever a tese
março - escrever a tese
abril - escrever a tese
maio - escrever a tese [e casamentos ... uh uh]
junho - escrever a tese
julho - escrever a tese
agosto - escrever a tese
setembro - escrever a tese
outubro - escrever a tese
novembro - escrever a tese
dezembro - acabar a tese e preparar para a entregar


É. É basicamente isto.
O resto será tudo novidade.