29 novembro, 2012

Estou cansada.
Estou entupida por dentro e apetece-me disparar para norte, sul, este e oeste, dizer o quanto são estúpidos, fechados, tacanhos, pequeninos; abaná-los sem parar até os fazer perceber aquilo que parecem ser incapazes. Depois eu própria me canso de pensar nisto; sou eu que percebo que não vale a pena. Respiro, recalculo os sentidos, calibro a razão e encaro tudo como é, como tem de ser. Um dia será diferente e nisso eu acredito. Só tenho de encontrar o lugar certo para estar. Por agora... tenho três entrevistas "em stock" para transcrever (isto para usar palavreado da engenharia); não me apetece.
Estou cansada.

25 novembro, 2012

conversas da alma # 10

E o que se fazem a estas saudades?

Um fim-de-semana não chega para ouvir todas as tuas histórias, que começam bem lá atrás; o que deveria ser meio é princípio e o que deveria ser fim, contigo, não existe. Sabes o quanto gosto disso? Sabes o quanto gosto, quando paras de andar na rua só para explicares como é que o B. aprendeu a dançar (de forma tão simples) música indiana? Um fim-de-semana não chega para te explicar como é que se fazem arrastamentos, desfocagens, panings e outros truques com a máquina fotográfica. Fico ansiosa para a próxima levar a minha e ficarmos em divagações e experimentações, como duas seres humanas felizes só por tirarmos fotografias. Um fim-de-semana não chega para te explicar quem é o Yoda da Guerra das Estrelas... e ainda tenho de te explicar quem são as outras personagens: a Princesa Leia, o Darth Vader, o Chewbacca e assim. E tu vais fazer aquela cara que fazes, que me faz rir até à exaustão, e um dia talvez vejas um episódio e fiques rendida (!). Um fim-de-semana não chega para ir só uma vez ao Busaba, a não ser que todas as refeições sejam lá. Mas um fim-de-semana chega para te voltar a sentir, minha cor preferida, para fazermos planos no teu regresso aqui e para o meu regresso aí. Estás sempre comigo, mesmo que não saiba o que fazer a estas saudades.



24 novembro, 2012

Desde que comecei as entrevistas para o doutoramento que não faço outra coisa: é marcar, ir às empresas falar com os/as engenheiros/as (ai, como gosto desta parte!) e depois transcrever tudo o que disseram. Parece simples, mas não. A parte da transcrição tira-me anos de vida. Como já tenho alguma experiência, tento fazer ainda no mesmo dia (quando é possível); é uma forma de ir mergulhando nos dados. Para terem uma ideia, 20 minutos de entrevista equivale a cerca de 2 horas de transcrição. E, felizmente, estou a falar com engenheiros/as - pessoas de raciocício pragmático e que não andam às voltas com o discurso. Ou é ou não é. Gosto disso e tem me facilitado muito a vida.

E com isto não tenho feito mais nada, nadinha. O livro do Lobo Antunes está parado, nem consigo espreitar tão-pouco. E isto do tratamento não teve um início feliz; fiquei com intolerância à meftamina e andei a vomitar tudo o que havia dentro de mim.

Hoje, sábado, com entrevistas transcritas em dia, poderia enrolar-me na manta a ler Lobo Antunes num prazer que sei que é mais único do que frequente; mas não. Estou a ver artigos, a tirar notas à mão, a pensar e a escrever. Quem faz um doutoramento (sobretudo quem só tem um ano e meio pela frente!) trabalha sábados, fora de horas, deixando o que se quer para um outro dia, que não se sabe bem qual é.

09 novembro, 2012

a dieta

Há dez anos que sou acompanhada pela minha médica de endocrinologia, que ficou a ser a minha médica do coração. Na semana passada lá fui, como vou todos os anos por esta altura, sabendo que ia levar valente sermão por ter andado um ano sem ter posto os pés no ginásio.

A hormona maldita (que nem quero saber o nome!) deu ar da sua graça outra vez. Novo tratamento. E... dieta! Só tenho de perder 9 quilos (!) - como raio é que isto aconteceu num ano? Hormona maldita e falta de ginásio.

A dieta ... pois! Eu já sou muito bem educada a comer e, por isso, até a médica teve dificuldade em preparar-me o roteiro. Se antes comia pouco, agora pareço um piriquito, como diz a minha mãe. A verdade é que a medicação para controlar a dita da hormona tira-me o apetite. Fazer a dieta não está a ser, por isso, um grande sacrifício; não estou sempre a pensar em comida. O meu grande pecado, já se sabe, é o pão; e naqueles momentos em que sabe bem, a cerveja. Agora pão, só de manhã, uma fatia, escuro, com um fio de azeite virgem, ou com fiambre de perú ou com queijo fresco. E eu perguntei à médica... E então vou lanchar o quê? Só sei comer pão. Responde-me com muita serenidade: Duas bolachas com chá, ou um iogurte, ou fruta (ananás) ou um ovo cozido. Já me estão a imaginar cheia de tralha dentro da carteira, não estão? Pois é assim agora que ando. Ao almoço é sopa e fruta. Ao jantar legumes cozidos com peixe ou carne, ou só mesmo os legumes. E é isto. Tão simples quanto isto.

Mas, claro, de quando em quando preciso de fazer umas asneirinha aqui e ali.
Só para isto ter mais piada ...

[balanço: já perdi dois quilos]