29 agosto, 2010

28 agosto, 2010

Regresso sem palavras

Há coisas que só acontecem após momentos de ausência. Num regresso, portanto. Gosto de guardar essas coisas. Gosto de pensar nessas coisas. Gosto de escrever sobre essas coisas. São coisas que podem acontecer noutros momentos, mas a verdade é que se tornam diferentes e únicas por estarem a acontecer num regresso.

No regresso desta última viagem sobre a qual ainda não escrevi nem ilustrei com retratos (aguentem-se que está para breve!) aconteceram muitas coisas que vou guardar, que vou pensar e que, agora, vou escrever.

* corneto de morango
* café - depois de dias de abstinência
* sms de quem está a partir para a Grécia
* olhar para as capas dos jornais
* observações em Sta Apolónia
* gritinhos das pequenas no carro
* beijinhos e abraços que esmagam
* as saudades ditas e escritas
* o cartão de sócia do Benfica que chegou
* tirar todos os presentes da mala
* dar todos os presentes que estavam na mala
...

Mas o que mais gosto é mesmo ter histórias para contar, mesmo quando não tenho palavras para dizer o que vi, o que ouvi, o que vivi.

23 agosto, 2010

Estou de volta

Depois de um voo de 5 horas mais 3 de comboio estou de volta.
Recepção nada bonita à chegada a Lisboa. Chuva? 23 graus? Mas o que é que isto? Já só estou bem para cima dos 40 graus, dentro da piscina ou a andar na rua ou a ler a olhar para o Nilo ou a fazer compras ou a dormir ou a tirar retratos com a Bebé.

Sim, estou de volta. E cheia de histórias. Mas continuo de férias ... seguem-se as séries e os filmes e os livros e continuação do papo para o ar. Um dia destes voltámos a falar, sim?

15 agosto, 2010

E não é que estou de férias?

Estou a tentar convencer-me que acabei de entrar de férias. Na próxima semana nada de artigos, nada de relatórios, nada de projectos, nada de entrevistas, inquéritos e coisa e tal. Não fico assim mais de uma semana inteirinha sem trabalhar (sem ver emails!) desde que acabei o curso. Confesso que até me sinto estranha por estar naquele modo - férias.

Eu e mais a babe R. amanhã vamos para aqui:


É bonito bonito ... e são as pirâmides do Egipto!

09 agosto, 2010

Contestórias # 1

Nas Escadas


| DM 2010 |


Estás a chegar e eu estou aqui. Quando voltares, estou eu a ir.
Às vezes temos estes desencontros e antes isto assustava-me. Tinha receio que te perdesses. Tinha receio de me perder. Tinha receio que me perdesses. Tinha receio de te perder. Como se um desencontro fosse decisivo e definitivo. Com o tempo percebi que não. Poderias estar a ir pelo lado esquerdo e eu pelo lado direito, mas chegamos sempre a um ponto em que chocamos, rodopiamos, andamos às voltas e subimos escadas. És sempre tu que acabas por me encontrar, como se lesses mapas, com percursos definidos e tempos cronometrados. E quando me encontras, nesse momento em que chocamos, rodopiamos, andamos às voltas e subimos escadas, eu sinto que me encontro em mim através de ti. Não me importo de esperar por ti sentada no passeio da rua. Não me importo de não ter notícias tuas durante dias. Não me importo que estejas a chegar quando eu estou a sair. Sei que tudo muda quando me encontras e eu sei que tu me encontras. Sei que vamos chocar. Sei que vamos rodopiar. Sei que vamos andar às voltas. Sei que vamos subir escadas e se for preciso voltamos a desce-las.

Diz que é uma espécie de crónica

Hoje parece-me um bom dia para decidir. E hoje decidi (finalmente!) ter aqui no In Pensatempos uma espécie de crónica que não vai ser semanal, nem mensal, nem nada do género. Vai ser uma crónica sem tempo exigido, ao contrário do que o próprio In Pensatempos diz. Pois, eu não gosto que me contrariem mas gosto de contrariar.

Adiante...

A crónica vai juntar duas das coisas de que mais gosto: palavras e imagens. Que é como quem diz - a escrita e a fotografia. Vai chamar-se "Contestórias". Gostava de ter sido eu a chegar a este título brilhante, mas claro que não fui. Recorri a um especialista, a quem costumo dizer que tem ideias mesmo fixes.

Hoje parece-me um bom dia para começar. Hoje parece-me um bom dia para contar estórias. Hoje parece-me um bom dia para contestar. Hoje parece-me um bom dia.

08 agosto, 2010

A Natália

Não me lembro daquele momento em que a vi pela primeira vez. Mas lembro-me do cabelo aos caracóis. Lembro-me dos mocassins castanhos. Lembro que comia um pão de água com manteiga a meio da manhã. Lembro-me que lia o Público todos os dias. Lembro-me que só apertava o segundo e o terceiro botão da bata. Lembro-me de ter começado a ver os Simpsons por ela falar neles (ainda nem percebia muito bem o que é que aqueles bonecos amarelos diziam!). Lembro-me que era alérgica ao giz e que, por isso, usava um suporte azul para escrever no quadro.

Foi a Natália que me mostrou o mundo das letras e desde logo fiquei fascinada. Quando comecei a perceber o jogo das letras e das sílabas, das vogais com as consoantes, da pontuação e das figuras de estilo, nunca mais parei de escrever. Naquele tempo já escrevia contos e histórias e composições. E tenho tudo guardado desde então - o que dá para constatar que já nesse tempo era um desastre a dar títulos (um dia escrevo mais especificamente sobre este meu gap).

A Natália foi a minha professora primária. Durante esses quatro anos fui guardando imagens dela em mim. Hoje, passados 16 anos, continuo com essas imagens em mim, como se fossem uma história. Quando escrevo ela tem de estar presente porque foi ela que me apresentou este mundo.

Hoje falo sobre a Natália porque a encontrei no facebook* um dia destes e trocámos palavras, as mesmas que ela me mostrou um dia, no tempo da Dianinha pequenina. E parece que a vi novamente a ler o Público no intervalo da manhã, enquanto comia o seu pão de água com manteiga, apenas com o segundo e o terceiro botão da bata apertados.

* Tenho de admitir que considero esta a maravilha das redes sociais - estarmos mais perto de quem está longe.

04 agosto, 2010

Num pacote de açúcar diz:


Haverá algo mais verdadeiro do que ser pessoa entre a multidão?

E este também foi para a minha carteira.

Não consigo viver sem elas

Há quem pare nas bombas de gasolina só para comprar tabaco.
Eu paro só para comprar disto: