20 fevereiro, 2012

Anatomia dos Mártires


A "Anatomia dos Mártires" foi o primeiro livro que li do João Tordo.
Convenceu-me logo pela capa, tão macia que dá vontade de fazer festinhas; depois convenceu-me pelas palavras novas que aprendi, pela história que vai prendendo à medida que as páginas avançavam e a considerar a quantidade de páginas dobradas (sim, eu dobro as páginas quando não tenho um lápis à mão para sublinhar) é porque gosto mesmo do que o rapaz escreve.

Isto deixou-me a pensar ...

Em Portugal há escritores. Vivos.
Não é só o Eça que é bom a palavrar. Ou o Camilo. Ou o Saramago.
Temos o João Tordo. E o Valter Hugo Mãe. E o José Luís Peixoto.
E outros e outras que ainda tenho de descobrir (e, por favor, não me venham cá com margaridas que isso faz-me espécie!).

E enquanto estão vivos e vivas devem ser lidos e lidas e reconhecidos e reconhecidas; para escreverem ainda mais.

Voltando à "Anatomia dos Mártires"...
Para saber mais aqui.



PS. Bem disse que "A Queda dos Gigantes" ia ocupar todo o mês de Fevereiro. Faltam umas 300 páginas, mas estou a gostar tanto que cada vez que leio capítulos tenho de partilhar.

17 fevereiro, 2012

wrong number

Meti na cabeça que queria umas galochas azuis escuras e que tinham de ser Hunter porque é o modelo mais catita que existe. A mana maravilha quis oferecer pelo Natal. Corri mundo e golachas azuis escuras da Hunter nada. Decido mandar vir do UK. Chegaram ontem, numa caixa maravilhosa, lindas que só.

Mas ...

Ficam-me grandes. Fiquei tão amuada que a mana maravilha até disse num lamento que afinal não era só meu "Oh Di...". Acho que devo ter o pé mais estranho que existe. Tenho calçado 36 37 e 38.

Agora vão para trás e mais umas semanas de espera até chegar ser o número certo.

16 fevereiro, 2012

a minha outra Diana

A minha prima de terceiro grau, apenas uns meses mais nova do que eu, é a minha outra Diana.
No tempo das Dianas pequeninas brincávamos com os saltos altos da minha mãe, andávamos de patins na Amorosa, partilhávamos gelados, jogávamos raquetes na praia e os livros sempre fizeram parte de nós.
Ontem falávamos à distância. Dizia-me ela: 

"Querida, estou em Maputo e adivinha quem é que almoçou ao meu lado? O Mia Couto ... Lembrei-me logo de ti..."

Depois do meu momento de histeria (e mandaste beijinhos e deste-lhe abraços...?) falámos de Moçambique e como essa terra prende. Falámos de trabalho. Falámos de regressos. Falámos do antigamente, desse tempo das Dianas pequeninas. A conversa terminou com uma frase que ainda me está pendurada na alma:

"tu é que me deixas recordações que depois chamam por ti"


 Vou chamar-te sempre de minha outra Diana. 

14 fevereiro, 2012

Em 27 anos nunca tive tanta tosse como nos últimos cinco dias.
Só me apetece dizer palavras feias ... vou ficar quietinha que é melhor, sim?

07 fevereiro, 2012

O Valter Hugo Mãe escrevia um dia destes que tinha saudades de adorar mais livros de poesia novos.
Acabei por admitir para mim mesma que me foi acontecendo o mesmo e que, por isso, andava a ler menos poesia. Irremediavelmente volto aos mesmos poetas que, de tão perfeitos, fazem-me decorar versos igualmente perfeitos.

Foi então que encontrei a Adília Lopes (através do Valter Hugo Mãe) e fiquei entre o impressionada e o emocionada com os afectos transformados em versos:


"Quantas vezes me fechei para chorar
na casa de banho da casa de minha avó
lavava os olhos com shampoo
e chorava
chorava por causa do shampoo
depois acabaram os shampoos
que faziam arder os olhos
no more tears disse Johnson & Johnson
as mães são filhas das filhas
e as filhas são mães das mães
uma mãe lava a cabeça da outra
e todas têm cabelos de crianças loiras
para chorar não podemos usar mais shampoo
e eu gostava de chorar a fio
e chorava
sem um desgosto sem uma dor sem um lenço
sem uma lágrima
fechada à chave na casa de banho
da casa da minha avó
onde além de mim só estava eu
também me fechava no guarda-vestidos
mas um guarda-vestidos não se pode fechar por dentro
nunca ninguém viu um vestido a chorar"


[se um dia escrevesse poesia, gostava de escrever assim]

01 fevereiro, 2012

páginas para fevereiro

No fim-de-semana suguei a "Anatomia dos Mártires" do João Tordo (sobre o qual falarei para breve).
Há dois dias que não pego num livro, porque o trabalho tem me consumido; e porque eu tenho consumido séries.

Homeland tem sido a escolhida, daquelas em que a ordem dos episódios tem de ser cumprida.
Há muito que não fazia isto e já me lembro porquê: é viciativo!

Para livros a escolha para o mês 02 vai para ... "A Queda dos Gigantes", Ken Follett.
E considerando o número de páginas, tenho para mim que me vai ocupar o mês inteiro.