21 maio, 2014

vem aí a tese # 9

Desde o fim de 2013 que não leio um livro. Nem BD. Nem um romance. Nem contos. Nada. Não me lembro de isto me acontecer. Alguns vão me piscando o olho da estante ou de outros lugares por onde os tenho espalhados e imploram para que lhes pegue (sim, os livros falam comigo). Mas eu não reajo. Quero, mas não consigo. Não tenho energia. Já tentei contrariar esta inércia, mas começo a primeira página do livro da Daniel Galera (que comprei a última vez que estive em São Paulo e ando morta para o ler) e esmoreço sem ainda ter lido a primeira linha. Depois tentei com um livro da Clarice Lispector, que usa palavras que me enchem as medidas, e acontece o mesmo. Quero, mas não consigo.

A culpa é da santa da tese. Passo o dia a escrever e a ler. E leio coisas que já li, uma e outra vez. Chego ao fim do dia, ler histórias, seja qual for, é a última coisa que consigo fazer. Quero, mas não consigo.

Esta é das piores partes de escrever uma tese de doutoramento. Lido bem com trabalhar fora de horas, fins-de-semana, se for preciso. Lido bem com as comichões alérgicas que me aparecem com a ansiedade. Lido bem com ter de dormir pouco. Lido bem com os pesadelos em que o documento da tese desaparece do computador (!). Lido bem com tudo isso. Só não lido bem com a falta que as histórias me fazem.

10 maio, 2014

vem aí a tese # 8

É, ainda aqui ando.
A minha relação com as palavras é de compromisso e sinto que tenho de as cuidar, rever, escolher. E isto não é bom na escrita de uma tese. Mas agora prometi ser mais pragmática. É bem isto:


[e antes que comecem: adoro a minha bimbice com o Star Wars, sim?]