18 junho, 2012

coisas que acontecem

1. sábado fui ao ginásio e até podia ter sido muito bom se ontem e hoje me conseguisse mexer. dói tudo e dói muito. isto é castigo por meses de ausência e por querer abusar, com toda a energia que me assiste, numa só aula. agora dói, tudo e muito. 

2. ando a tropeçar em trabalho (e às vezes também em preguiça) e não consigo acabar aquele artigo... acabar que é como quem diz, precisa de forma, conteúdo, análise de dados e pensar sobre tudo. Precisava de mergulhar e só voltar à superfície quando estivesse mesmo acabado. ter instalado o EndNote deu-me motivação... a ver até onde ela vai nos próximos dias.

3. as minhas all-star cor-de-laranja nunca mais chegam... todos os dias chego a casa com um desejo imenso de as ver em cima do sofá do escritório a sorrir para mim! sei que a culpa é minha, por querer uma cor que não há nas lojas porque mais ninguém quer...

4. ando viciada em Angry Birds... foi só jogar a primeira vez para ficar rendida. Raios me partam que agora não consigo deixar aquilo! 

5. Portugal passou para os quartos-de-final do Euro 2012. O cunhado preferido foi ver o jogo de ontem. Há uma semana ouvia-o dizer: "vai ficar tudo decidido no último jogo e vamos passar". Gosto das profecias que se auto-realizam! 

6. hoje é dia de nova especialidade ... neurologia. é desta que fico com a certeza se os meus miolos estão no sítio e até se existem. 

7. tenho de tirar tempo para dar uma volta à minha roupa (a minha mãe já pressiona todos os dias); para marcar coisas de beleza de miúdas; para comprar um manjerico antes que os santos passem; para caminhar mais ao fim do dia (quando conseguir finalmente andar); para estar com as babes que me fazem tanta falta; e outras coisas que quero que aconteçam e que não me lembro agora.


11 junho, 2012

2 em 1

1.

Acabei o "Claraboia" no voo Kiev-Lisboa. Quem não dorme em vôos, é assim.
Este é o último livro do Saramago publicado; e pensar que esteve tanto tempo na gaveta...

Conta a história de pessoas que vivem num prédio na décade de 50. Tão diferentes, tão normais. Com segredos. Com conversas. Com preocupações. Com alegrias. Com mudanças. Com tristezas. Com sonhos desfeitos. Com tostões contados. Com surpresas. (...) Com tudo que cada vida dá a cada um. De diferentes formas e feitios.

A história acaba sem acabar. As personagens continuam a viver como quisermos que vivam.
É isto que o Saramago que nos deixa. Um livro que se prolonga em nós mesmos.



2.

Na mesma semana chegou-me às mãos no dia do meu regresso. Assim é bom regressar.

Há muito que queria ler alguma coisa do Agualusa. Depois da "Teoria Geral do Esquecimento" apetece-me ler tudo de uma vez.

É tão simples, tão verdadeiro... a história constrói-se com frases curtas, cada uma trazendo uma emoção expressa numa personagem que mata, noutra que se esquece, outra que faz lembrar, outras que morrem e só se sabe como no final, outra que escreve num caderno porque é muda, um pombo que leva mensagens e come diamantes.

Gostei tanto que estava capaz de o recomeçar a ler.








Para o resto de Junho... vou dedicar-me à BD.

10 junho, 2012

Ser Português

O Fernando Pessoa escreveu:
"o português é capaz de tudo, logo que não lhe exijam que o seja, porque somos um grande povo de heróis adiados".


Acho que muitos portugueses e portuguesas se vêem assim. A si próprios e aos outros portugueses por quem passam todos os dias na rua. Temos heróis adiados por pessimismo, por preguiça e porque, às vezes, também convém. Mas o português é mesmo capaz de tudo. E, por isso, tenho a certeza que todos os dias na rua aparecem esses heróis e heroínas. Não é preciso que tenham descoberto um país; nem ganho uma guerra pela conquista de território ao serviço de Sua Majestade. São heróis e heroínas, primeiro, por falarem português, essa língua cheia de ritmo e de cor. Depois pelo que fazem: pasteleiros com os melhores doces que podem existir, escritores com histórias e palavras genais, voluntários com coração cheio, jornalistas com liberdade de expressão, professores com alma para ensinar, (....)


São heróis e heroínas pelo que fazem, pelo que são, por colocarem os dias e o país a funcionar. 
Falo desses e dessas que não desistem. Que falam a nossa língua, ritmada e colorida,  sem pessimismo, sem preguiça... com orgulho. 


Hoje, no dia de Portugal (pelo menos!) sejamos heróis e heroínas. 
Não importa o Relvas nem a derrota de ontem da Selecção. O que importa é realmente ser português.