27 abril, 2013

música da semana



Foi mais a música de ontem, que ouvi em modo repeat no regresso a casa.
Um dia vou conseguir decorar a letra toda.

26 abril, 2013

vamos lá falar de outras coisas

Hoje não há cá tese, nem gritar pela liberdade a plenos pulmões.
Falarei da saga que me consome nos últimos meses. A mim e às outras Babes! A Isa vai casar (sim, a Isa vai casar, a Isa vai casar!) e vai haver damas-de-honor. Quem? Nós. 

Primeiro pediu-nos só para irmos vestidas da mesma cor. Que ficava "tãooo lindo", como ela diz. E como não se deve contrariar uma noiva, lá dissemos que sim. Dias depois diz-nos que afinal não é só na mesma cor, como tem de ser vestidos compridos, bouquet, entrar na igreja e tudo mais que se lembrou. Torcemos o nariz (muitas vezes!) mas lá cedemos, porque não se deve contrariar uma noiva. 

Cada uma escolheu o seu modelo. Elegemos o verde e começou o problema. Não há tecido verde... "só lá para Maio". Pois não dá, senhores, que o casamento é em Maio. Opção forçada: cor-de-rosa. Oi? Desmaiámos as quatro de uma só vez. É o rosa-amêndoa, tudo o que a Isa queria. A dama Raquel ainda não está conformada. Eu já estou por tudo. A dama Sofia diz que parecemos umas bailarinas. E a dama Eva envia-nos para o email fotos pirosas de damas-de-honor, para vermos que podia ser pior. Depois começou a saga dos sapatos. Eu, quando compro sapatos de cerimónia, uso tanto que tenho uns como novos e vão esses. A dama Raquel não tem e está em sofrimento. Mas como diz a dama Sofia, nem se vê no meio de tanto tecido!

Já nos rimos muito no meio desta saga. Já sabemos que vamos chorar ao vê-la entrar na igreja. Já nos imagino no dia, a todos, de sorriso aberto. ... e tenho para mim que isto de ser dama vai dar saudade. 

Primeiro sábado do mês é o casamento.
E é o dia mais perfeito do ano.


24 abril, 2013

todos os dias

Na véspera do Dia da Liberdade - que é, ou deveria ser, todos os dias - escrevo sobre o que há muito falo entre conversas: o nosso país, as pessoas, as universidades.

Há uns anos que toda a gente se queixa (mais!), se manifesta (mais!), se indigna e se revolta (mais!). Todos fomos e somos afectados pela crise que não é só no nosso país, é global. Uns têm inteligência para reagir, outros não. O governo português não soube fazê-lo e continua sem saber fazê-lo. Hoje de manhã ouvia na televisão alguém dizer (não me lembro quem): uma estratégia de 80 páginas não é uma estratégia. Pois. Ninguém a vai ler, ninguém a vai compreender. Falta pragmatismo. Falta simplicidade. Falta alguém que o consiga. Os que temos enrolam os discursos e os outros falam de narrativas, mas todos usam palavras complexas e sem esperança. A minha esperança está morta. O país não tem ninguém que me faça acreditar e isso preocupa-me. Vejo os senhores de fatos e de gravata, quando deviam estar de mangas arregaçadas!

O país está fechado. Quando li estas palavras do Antóno Nóvoa senti que é isto mesmo. O país está fechado na forma de pensar e de ser. Nas universidades está tudo bloqueado: não há financiamento para projetos, vemos alunos a desistirem porque não podem pagar propinas, bolseiros como eu (que por si já pressupõe uma condição precária) agora recebemos menos 750 euros por ano. Sim, todos temos que fazer sacríficos. Mas chega a um ponto em que é isto:


[algures no metro em Lisboa]

Sacrifícios o caralho! *
Pedem-nos mais com menos. Exigem mas não reconhecem, nem elogiam. O que vem de fora continua a ser melhor e, por isso, continuamos a gastar dinheiro com isso. Depois vemos é as nossas pessoas a partir, de malas feitas e com bilhete só de ida. Pergunto-me se voltam. Pergunto-me se algum dia também eu terei de ir. Pergunto-me quando é que vai aparecer aquele alguém de mangas arregaçadas e me faça acreditar neste país. E pergunto-me sobre isto todos os dias. 


* momento histórico: eu não gosto de palavrões e o meu blogue agora tem um. 

18 abril, 2013

O último e vem aí a tese


Depois disto e disto, cheguei novamente ao dia 18 de Abril.
Um doutoramento é como uma gravidez – eu não tenho migalhinha, mas a N. tem e, por isso, posso comparar: não se conta o tempo em semanas, mas conta-se o tempo em forma decrescente e pensa-se: “como é que vai ser a seguir?”. Começamos a pensar mais nisto porque fazem-se planos mais concretos; para a escrita daquele capítulo, para a escrita daquele artigo, para a entrega da tese… nem vos digo o quanto eu planeio (mas um dia destes conto-vos tudo), porque nos perguntam: e depois do doutoramento vais fazer o quê?, porque vemos o país fechado, como diz o António Nóvoa, e ficamos a pensar se nos vão fechar a esperança também. Não estou focada nisto, embora pense (mas um dia destes conto-vos tudo). Estou focada na tese, em entregá-la e em defende-la, até 18 de Abril de 2014.

E pronto. Parece que falta um ano.
O último e vem aí a tese.

06 abril, 2013

Uh Uh

Ah, toda a gente fala do sol maravilhoso que está. Que nem acreditam em tamanha maravilhação vinda dos deuses. Pois para mim, tanto me vale! Há dias em que se tem de ficar em casa, a trabalhar, onde se fareja o sol ao longe. Hoje escreve-se, preparam-se artigos, fazem-se leituras... e a melhor parte é o festejar quando são submetidos. Uh Uh!

(e para isso não é preciso sol)

05 abril, 2013

vem aí a tese # 3

Há semanas e semanas e semanas que estou mergulhada em dados. Não é transcrever o que disseram, mas sim pegar nisso tudo (nem vos digo quantas páginas de texto são!) e transformar em ciência. Como é que isso se faz?  - perguntam vocês. Não sei bem como explicar... e mesmo que eu tentasse vocês diriam-me: deixa-te disso, que parecem coisas do demónio! Digo que é quase, é quase isso.

É muito um trabalho de criar e depois olhar para o que se fez, voltar a mexer (que é o mesmo que escrever ou transcrever, depende) e limpar; criar, olhar, mexer (escrever ou transcrever, depende) e limpar. São estes os verbos. Termina quando tudo fizer sentido, como a matemática. Como um triângulo retângulo, o quadrado do comprimento da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos comprimentos dos catetos (por que é que tenho estas coisas na minha memória?).

Podia dizer: Ah e tal, não sei se vai haver sentido algum nestes dados!
Mas não digo, porque eu sei que estes dados vão fazer sentido. Pelo menos para alguns...


E já agora obrigada a todos os alunos, professores e engenheiros que contribuíram para estes dados que ainda vão mudar o mundo ... pelo menos o mundo de alguns.