24 novembro, 2012

Desde que comecei as entrevistas para o doutoramento que não faço outra coisa: é marcar, ir às empresas falar com os/as engenheiros/as (ai, como gosto desta parte!) e depois transcrever tudo o que disseram. Parece simples, mas não. A parte da transcrição tira-me anos de vida. Como já tenho alguma experiência, tento fazer ainda no mesmo dia (quando é possível); é uma forma de ir mergulhando nos dados. Para terem uma ideia, 20 minutos de entrevista equivale a cerca de 2 horas de transcrição. E, felizmente, estou a falar com engenheiros/as - pessoas de raciocício pragmático e que não andam às voltas com o discurso. Ou é ou não é. Gosto disso e tem me facilitado muito a vida.

E com isto não tenho feito mais nada, nadinha. O livro do Lobo Antunes está parado, nem consigo espreitar tão-pouco. E isto do tratamento não teve um início feliz; fiquei com intolerância à meftamina e andei a vomitar tudo o que havia dentro de mim.

Hoje, sábado, com entrevistas transcritas em dia, poderia enrolar-me na manta a ler Lobo Antunes num prazer que sei que é mais único do que frequente; mas não. Estou a ver artigos, a tirar notas à mão, a pensar e a escrever. Quem faz um doutoramento (sobretudo quem só tem um ano e meio pela frente!) trabalha sábados, fora de horas, deixando o que se quer para um outro dia, que não se sabe bem qual é.

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