22 dezembro, 2011

o senhor de quem dizem maravilhas

Foi há umas semanas que me decidi a trazer um dos livros do Murakami. Já tinha ouvido falar maravilhas do senhor e, como miúda desconfiada que sou, não me deixo levar pelo que a crítica diz e, portanto, fui deixando sempre para "um dia destes".

Comprei o "kafka à beira mar" porque estava em promoção (e deu para trazer outro do Saramago debaixo do braço) e porque se o senhor-de-quem-dizem-maravilhas se atreve a pôr kafka no título é porque alguma coisa de bom há-de ter.

De desconfiada passei a curiosa e nesse mesmo dia comecei a ler.

Há muito que um livro não me agarrava logo na primeira página. O senhor-de-quem-dizem-maravilhas escreve de uma forma que nos deixa com a respiração suspensa. Andei dias seguidos com as mais de 600 páginas atrás de mim, aproveitando cada espacinho livre para ler mais umas quantas páginas. E depois desta evidência (sim, funciono muito com base em evidências), agora sou eu que digo maravilhas do senhor-de-quem-dizem-maravilhas.

A escrita, recheada de cultura japonesa e misturada com cultura ocidental, leva-nos a acreditar que há quem possa falar com os gatos, que há quem consiga entrar pelo meio da floresta sem se perder, que há quem possa saltar pelo tempo, para a frente e para trás, em todas as direcções. Acreditamos porque estamos na história. É isso que o senhor-de-quem-dizem-maravilhas faz: põe-nos na história.

E esta é a minha resposta a todos os que me perguntaram " e que tal, como é ler Murakami?":
é mesmo o senhor-de-quem-dizem-maravilhas.



Obs. Agora já comprei mais dois para ler!
Desta vez sem desconfiança mas, outra vez, com Saramago debaixo do braço.

2 comentários:

Ricardo disse...

Também acabei de descobrir o senhor Murakami e revejo-me em tudo o que li aqui.
Curioso, é também o facto de antes de Murakami ter andado também, literalmente, com Saramago debaixo do braço!

Ricardo disse...

Também só agora descobri Murakami e revejo-me em tudo o que li aqui.
Curioso é o facto de, depois de antes de ter lido uma das obras do "senhor de quem dizem maravilhas", ter andado também, literalmente, com Saramago debaixo do braço.