O pior que pode acontecer num ano é perder alguém. Este ano perdi um alguém. De forma inesperada, apesar de o prever racionalmente, o meu primo, com pouco mais de 30 anos morre durante a noite. Nesse dia estava no Brasil. Tudo o que senti foi à distância, em lágrimas de desespero, outras controladas, outras em silêncio. Talvez, por isso, ainda tenha (muitos) momentos em que parece que não pode ter acontecido, que não pode ser possível que o A. não esteja aqui. Não há um dia que não pense nele. Não há um dia em que não pense na forma como ele viveu - nunca foi livre para escolher o que gostava de fazer. Sempre com restrições e obrigações que o tornavam naquilo que ele não queria ser. Não há um dia em que não pense na forma como ele amava a minha avó, como adorava brincar comigo e com a mana maravilha no meio da terra naquele Antigamente que com o tempo vai sendo mais delicioso.
E com isto penso que há coisas que se tornam tão pequeninas, apesar de parecerem tão grandes nos nossos dias: as discussões, as indecisões, as complicações (oh, vontade de se complicar tudo!), as tristezas, os rancores, as mágoas, as ofensas... para quê? Fazemos questão de estarmos focados nesta parte da vida e tornamos invisível o que é realmente importante: sermos aquilo que queremos ser.
Para o próximo ano não quero perder mais ninguém. E só quero ser aquilo que quero ser.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
bonito por demais....obrigada...mesmo por este momento, obrigada....
Obrigada pelas seus obrigadas :)
Enviar um comentário