13 dezembro, 2012

Demónios e Anjos

Não, não estou a falar do livro (até porque esse é "Anjos e Demónios") do Dan Brown - por acaso o único que li do senhor, que até gostei, mas depois veio o filme e estragou tudo.

Adiante...

Há pouco tempo disseram-me que era otimista e irrealista. No contexto em que foi dito, a palavra "irrealista" demorou a ser engolida. Fiquei a pensar se as histórias de Gotham Central, do Wolverine, da Guerra das Estrelas, do Hobbit e do Senhor dos Anéis me andam a atrapalhar noção de tempo e espaço, a trocar os sentidos; mas não, sei bem onde os tenho. Sei bem quem sou. E irrealista não encaixa em mim. Racional, encaixa na perfeição. E fui usando a razão, com a minha capacidade analítica que chega a impressionar (às vezes até a mim própria - deve ser coisa de investigadora), que concluo que tenho um demónio à perna. Pensei que só seria possivel na BD e nos livros catitas, mas afinal eles andam aí e eu tenho um só para mim (uh uh). Demónio do grego significa "génio mau" e é mesmo isso que o meu demónio é, um génio mau que não sabe lidar com pessoas. Dá-me cabo dos nervos pessoas que escondem afetos, que fazem questão de não sentir, que acham que reconhecer ou elogiar pode ser um pecado que os leva ao inferno. Dá-me cabo dos nervos a arrogância das palavras escolhidas, a prepotência dos gestos e o tom de voz concreto. Dá-me cabo dos nervos a falta de sensibilidade em perguntar, querer compreender, preocupar-se. O meu demónio é assim e dá-me cabo dos nervos. Até que chega um anjo (também existem e esta é a parte boa da história) na altura certa. Preocupada. Compreensiva. Assertiva. Anjo do grego significa "mensageiro" e é mesmo assim o meu anjo de cabelos loiros, que agrega multidões e conhece todas as empregadas da Parfois do Porto.Numa semana deixou-me mensagens de coragem, mensagens de ansiedade, mensagens divertidas.

Posso ter um demónio mas ganhei um anjo.

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