17 outubro, 2009

Conversas da alma # 4

A Necas queixou-se que quando ela fez anos eu não pus nem sequer uma fatia de bolo aqui no blogue. Ah porque fiz para a Catarina e para ela não. Deve ser coisa de noiva sensível. Por isso, hoje esta conversa é sobre ela e para ela.

Conheci a Necas há uns seis anos, quando entrei para a universidade. Não foi aquela amizade à primeira vista, pelo contrário. A moça chic que vinha de Direito em Coimbra - espantem-se! - não gostava da minha pessoa. Dizia que eu falava demais nas aulas. Ora, eu quando gostava da matéria participava e falava; quando não gostava falava para o lado, para a Raquel porque a Lenas mandava-me calar para poder tirar os apontamentos todos, os mesmos que depois nós pedíamos para podermos estudar para os exames.
Adiante ...
Depois do almoço frequentávamos o mesmo café - o famoso Gota do Sr. Manuel - mas cada qual na sua mesa. Houve um dia, que por qualquer razão, juntámos as mesas na esplanada. Lembro que estava um dia cinzento. A moça chic estava com toda arrepiadinha de frio e lá fomos a minha casa para eu lhe emprestar um casaco. E foi este momento que nos juntou. Confissões no caminho e nunca mais nos largámos. A moça chic que vinha de Direito em Coimbra ficou a gostar da minha pessoa.
E foi assim que se seguiram as noites a beber caipirinhas no Sr. Manuel, as nossas performances de karaoke no Face (agora que penso nisto, ai que vergonha), a pedir desejos às estrelas pela Rua Nova de Sta. Cruz, dos jantares com Muralhas, dos teus brilharetes de cabeçudo e ambulância. Depois as noites míticas - do S. João da cerveja sem fim, do Enterro e da varanda do 1º C, da abertura do Sabão Rosa, do teu aniversário surreal, do Face só para nós depois da época de exames, das histórias de infância da Helena contadas nos sofás do Gota, dos jantares na Taberna Inglesa já no último ano. E ainda outros momentos - pequenos-almoços com copos amarelos, trabalhar até de madrugada, estudar na biblioteca dias a fio, ler o horóscopo no Sr. Manuel, os jogos de futebol também no Sr. Manuel, as depressões que nos faziam ir comer batatas fritas, o Júnior em casa da Helena, a quase expulsão da aula de Antropologia (que me faz rir até hoje!), a pulseira que me deste no dia em que fui ter a conversa séria, o teu bacalhau com natas e o meu gelado de queijo, as aulas a que faltámos para não fazermos nenhum.
E para acabar algumas frases míticas: "É o caos!", "Coitadinhaaaa", "Pita que paroca!", "Eu é mais bolos!" e claro, "Uma por todas e todas por uma!".

Nós éramos mesmo muito felizes ...
E agora, mesmo sem Sr. Manuel, sem estarmos juntas todos os dias, somos ainda mais felizes. Continuámos amigas, aguentámos as saudades e os desejos das estrelas realizam-se.

És a Maria dos Bolinhos, chic e linda que só tu, e eu gosto muito de ti.

2 comentários:

Varandas disse...

Espectacular...Gostava de ser teu amigo! :)

Bombokinha disse...

E eu adoro declarações de amor, de amizade, de vida. Um brinde a vocês. :)