12 agosto, 2012

aquele que queria ter sido eu a escrever


Foi no final do ano passado que ouvi falar da Andréa del Fuego. Ganhou o prémio Saramago em 2011 e é brasileira. Li uma entrevista dela na Atual do Expresso e foi o bastante para "Os Malaquias" entrar para a minha lista de livros ... aqueles que temos mesmo de ler. No final de Fevereiro estava no Brasil e ia percorrendo tudo o que era livrarias para comprar e nada. Entretanto,  inundei-me com outros da lista sem esquecer este, até que em Portugal o encontro em destaque numa estante da Fnac.Contive-me e decidi que o iria comprar no Brasil para ser muito mais catita.

Ainda assim não foi fácil encontrá-lo por cá. Mas valeu a pena. Não só pela história, mas também pelo design de todo o livro, desde a capa à contra capa (com palavras do José Luis Peixoto), às páginas amarelas e outras tantas pretas. Quanto à história ... foi devorada em um terço de tempo. Tem cheiro a Brasil; aparecem as jabuticabas no jardim, o café por apanhar na quinta e mulher escrita como só aqui se diz, muié. De quando em quando, encontram-se pormenores simples mas que preenchem toda a história. É aí que eu penso: "Queria ter sido eu a escrever este livro".

Seria merecido uma visibilidade maior deste livro no Brasil. Encontrei-o na terceira tentativa, numa das maiores livrarias de São Paulo. Não o encontrei na estante dos autores nacionais. Fui perguntar ao moço; ele vê no sistema e foi buscar no fundo da estante... no fundo da estante, era onde estava este livro, aquele que queria ter sido eu a escrever.



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