30 abril, 2012

descoordenada e descomplicada

No último dia do mês dos cravos e das chuvas, em que se recupera as saudades de uma viagem e se volta à rotina dos dias, ANAQUIM para-me aos ouvidos de forma simples e mais que perfeita. Os sons fundidos faz-me confundir os ombros com os braços e os braços com as pernas, desnecessariamente descoordenada. Letras com palavras em português, com certeza. Bem escritas e ditas numa voz limpa, tão limpa que se tivesse cor seria branca. Previsível dizer branca, mas foi para ser descomplicada. 

Dizem que sou uma miúda descomplicada. E isso, às vezes, é necessário. 



18 abril, 2012

estou a meio, portanto

Há um ano escrevi isto e pensei que ainda faltaria muitooooo tempo para dizer: Estou oficialmente a entrar no meu 3º ano de doutoramento. Pois, mas parece que esse dia é hoje (jááá?).

Muitas vezes perguntam-me quando é que acabo, como se fosse algo prestes a acontecer. A verdade é que não me imagino com a coisa escrita (entenda-se por coisa a tese) muito menos defendida. Nos entretantos, é ir saboreando cada conquista, repensando cada falha.


O ano que passa é feito destes entretantos.

Em Brasília construíram-se ideias, conceitos e teorias que vão marcar o meu doutoramento. Encontrei as pessoas certas e também isto me apercebi. Temos de trabalhar com as pessoas certas. A C. e o M. são essas pessoas. Até à distância trabalhamos em sintonia. Com o tempo tornam-se amigos.

Uns desarranjos pelo meio que foram precisos costurar; um ponto aqui, outro ali. E todos os pontos marcados me fazem pensar. E estão ali para me fazerem repensar.

Perceber que há certos lugares onde não encaixo. Não é ali que tenho de estar; não é ali que precisam de mim. E vejo isso nas conferências, nos projetos, nas apresentações, nos workshops que desbundam pela minha agenda.

É sentir que estou no caminho certo quando leio respostas de alunos e alunas que já estão no mercado, que são engenheiros e engenheiras. É ver nestas palavras o sentido crítico sobre aquilo que foram e que é preciso que outros sejam para melhorar o que fazemos. E esperar ansiosamente por mais respostas.

Este ano estão submetidos três artigos em revista. Trabalho até tarde, mas vale a pena. Vale sempre.
Até ao fim do ano vão ser mais uns tantos. Vou trabalhar até tarde, mas vai valer a pena. Vale sempre.

E todos estes entretantos são feitos em companhia.
Tenho a melhor equipa, as melhores pessoas, as melhores oportunidades.


E pronto. Parece que faltam dois anos.
Estou a meio, portanto.




17 abril, 2012

adormecida e acordada

Hoje falava-se d' "A Bela Adormecida". Hoje encontrei este poema da Adília Lopes (da melhor poesia que tenho lido nos últimos tempos): "A Bela Acordada".

Há quem diga que dentro de mim moram muitas pessoas; e eu confirmo: tenho a Adormecida e tenho a Acordada, sem de bela ter nada.



Era uma vez uma mulher que tão depressa era feia era bonita, as pessoas diziam-lhe:

- Eu amo-te.

E iam com ela para a cama e para a mesa.

Quando era feia, as mesmas pessoas diziam-lhe:

- Não gosto de ti.

E atiravam-lhe com caroços de azeitona à cabeça.

A mulher pediu a Deus:

- Faz-me bonita ou feia de uma vez por todas e para

sempre.

Então Deus fê-la feia.

A mulher chorou muito porque estava sempre a apanhar

com caroços de azeitona e a ouvir coisas feias. Só os animais

gostavam sempre dela, tanto quando era bonita como quando

era feia como agora que era sempre feia. Mas o amor dos animais

não lhe chegava. Por isso deitou-se a um poço. No poço,

estava um peixe que comeu a mulher de um trago só, sem a

mastigar.

Logo a seguir, passou pelo poço o criado do rei, que

pescou o peixe.

Na cozinha do palácio, as criadas, a arranjarem o peixe,

descobriram a mulher dentro do peixe. Como o peixe comeu a

mulher mal a mulher se matou e o criado pescou o peixe mal o

peixe comeu a mulher e as criadas abriram o peixe mal o peixe

foi pescado pelo criado, a mulher não morreu e o peixe

morreu.

As criadas e o rei eram muito bonitos. E a mulher ali era

tão feia que não era feia. Por isso, quando as criadas foram

chamar o rei e o rei entrou na cozinha e viu a mulher, o rei

apaixonou-se pela mulher.

- Será uma sereia ? – perguntaram em coro as criadas ao

rei.

- Não, não é uma sereia porque tem duas pernas, muito

tortas, uma mais curta do que a outra – respondeu o rei às

criadas.

E o rei convidou a mulher para jantar.

Ao jantar, o rei e a mulher comeram o peixe. O rei disse à

mulher quando as criadas se foram embora:

- Eu amo-te.

Quando o rei disse isto, sorriu à mulher e atirou-lhe com

uma azeitona inteira à cabeça. A mulher apanhou a azeitona e

comeu-a. Mas, antes de comer a azeitona, a mulher disse ao rei:

- Eu amo-te.

Depois comeu a azeitona. E casaram-se logo a seguir no

tapete de Arraiolos da casa de jantar.

09 abril, 2012

Potencializar é:

Ir escrever mais uns caracteres no artigo que tem de ficar pronto hoje (H-O-J-E) durante o intervalo do jogo do Benfica. 

[por isso, não me posso extender muito por aqui, sim?
Mas eu volto, quando a minha cabeça for ao sítio....]